domingo, 12 de agosto de 2018

Andar em sabedoria

Andar em Sabedoria


Cap. 5:15-22 – O apóstolo passa a falar da necessidade de andar em sabedoria. Ele diz: “Portanto, vede prudentemente [cuidadosamente – ATB] como andais, não como néscios, mas como sábios”. Nossa sabedoria será vista em “Remindo o tempo [as oportunidades – AIBB] e andando na “vontade do Senhor”. Paulo dá a razão para isso: “porquanto os dias são maus”. A sabedoria nos incumbiria de aproveitar cada oportunidade para obter um entendimento do que “seja a vontade do Senhor”, que essencialmente é a verdade, e é revelada no Mistério em sua aplicação prática. Ele quer que conheçamos Sua vontade para que possamos inteligentemente promover a “dispensação de Deus” (ATB) neste presente tempo (1 Tm 1:4). Não só devemos aproveitar as oportunidades para aprender a verdade, mas também para servir o Senhor. Uma vez que são poucas as oportunidades de trazer homens à luz, devemos aproveitar cada ocasião que surge e usá-la com sabedoria.
                   V. 18 – Paulo avisa que se descuidadamente deixarmos passar tais oportunidades, nossas vidas podem ser rapidamente desperdiçadas na busca de coisas terrenas e mundanas, que não têm qualquer valor eterno. Há um real perigo de intoxicação com essas coisas ao ponto de perdermos nosso discernimento. O caso extremo de mundanismo é de se embriagar “com vinho, em que há contenda”. Em contraste com isso, ele nos exorta a nos encher “do Espírito”. O apóstolo quer que notemos que, assim como uma pessoa embriagada está totalmente sob o controle do álcool que está dentro dele – o que fica evidente pelas suas ações – assim também o crente deveria estar sob o controle do Espírito de Deus que habita nele – e isso ficará evidente em sua vida.
                   Estar “cheio” do Espírito (cap. 5:18) não é o mesmo de ser “selado” com o Espírito (cap. 1:13). Todos os Cristãos são selados com o Espírito, mas nem todos os Cristãos estão cheios do Espírito. Isso porque uma coisa é ter o Espírito Santo habitando em nós e outra, completamente diferente, é Ele estar enchendo-nos e assim nos controlando cada movimento de nossas vidas. Um crente é selado uma vez, quando crê no evangelho da sua salvação, mas ele pode ser cheio muitas vezes. Não há exortação nas Escrituras para ser selado com o Espírito, mas há a exortação de nos enchermos com aqu’Ela divina Pessoa. Isso não significa que precisamos ter mais do Espírito (porque Deus não dá o Seu Espírito “por medida” Jo 3:34), mas sim que o Espírito precisa ter mais de nós. Precisamos ser mais permissivos a Ele, e deixá-Lo encher e controlar cada aspecto de nossas vidas. Isso envolve uma condição de entrega suprema a Cristo como Senhor.
                   Temos exemplos de discípulos, no início da Igreja, sendo cheios com o Espírito, como registrado no livro de Atos (At 2:4, 4:8, 31, 7:55, 13:9), e podemos estar inclinados a pensar que isso é uma experiência excepcional e acima de qualquer coisa que poderíamos esperar hoje em dia. Mas é evidente, nesse versículo 18, que é algo que deveríamos desejar e focar na nossa vida Cristã. Definitivamente isto está ao alcance de cada Cristão, de outra forma, não haveria essa exortação.
                   Vs. 19-21 – Quando um Cristão está “cheio do Espírito”, será encontrado regozijando-se e falando com os outros com “salmos e hinos, e cânticos espirituais” (v. 19). Estes são três diferentes tipos de composições Cristãs que expressam pensamentos e sentimentos espirituais no que diz respeito ao Senhor, à verdade e ao caminho que trilhamos.
                   “Salmos” não são, como alguns Cristãos pensam, os Salmos do Velho Testamento. Se fossem eles, o Espirito de Deus teria acrescentado o artigo “os” antes da palavra “Salmos”, como faz em outras passagens da Escritura quando Se refere a eles (Lc 24:44; At 13:33). Estes salmos são composições que são baseadas em experiências Cristãs, pelas quais passamos por andar com o Senhor.
                   Os Salmos do Velho Testamento são composições judaicas expressando experiências e sentimentos judaicos; não estão num cenário Cristão e não transmitem corretamente conhecimento e sentimentos Cristãos. Por exemplo, o nome do Pai, que é característico do Cristianismo, não é conhecido neles. Por isso, a vida eterna não está em vista nos Salmos. Além disso, a obra consumada de Cristo não é conhecida nos Salmos, nem a aceitação do crente em Cristo diante de Deus pela habitação do Espírito. Os Salmos do Velho Testamento não retratam os sentimentos de alguém que tem uma consciência purificada e conhece a paz com Deus.
                   Consequentemente, eles são compostos com um elemento de temor do julgamento de Deus, apesar de terem fé. Além disso, a esperança nos Salmos não está no céu, mas em viver na Terra no reino do Messias de Israel. (Sl 25:13, 37:9, 11, 29, 34 etc.). A adoração também é a de uma ordem judaica, num templo terrenal; a posição de um Cristão adorando dentro do véu é totalmente desconhecida neles. Além do que o clamor, em muitas das orações nos Salmos, é para vingança sobre seus inimigos, o que não é a atitude de um Cristão que bendiz aqueles que o maldizem e ora por aqueles que o maltratam. Os Salmos do Velho Testamento não são para serem lidos como a expressão dos pensamentos e experiências Cristãs normais. Podemos lê-los para obter um entendimento das circunstâncias do remanescente judeu na Tribulação vindoura, e também podemos coletar princípios morais de Deus neles, que são aplicáveis aos santos de todas as épocas.
                   “Hinos” são composições que expressam adoração e se dirigem a Deus, o Pai, e ao Senhor Jesus Cristo diretamente. Estes podem tomar a forma de orações.
                   “Cânticos espirituais” são composições que contêm verdades espirituais de acordo com a revelação Cristã, pelas quais somos instruídos e exortados no caminho Cristão. Eles podem agir “ensinando-vos” algum aspecto da verdade ou “admoestando-vos” quanto a algum ponto prático da vida Cristã (Cl 3:16).
                   O estar cheio “com o Espírito” não só é evidenciado em Cristãos “cantando e salmodiando” com seus corações (v. 19), mas também ao serem encontrados “dando graças” em todas as circunstâncias em que se encontram (v. 20). Também se manifestará quando alegremente estiverem se “sujeitando” uns aos outros e andando juntos em unidade (v. 21).

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