domingo, 9 de setembro de 2018

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domingo, 2 de setembro de 2018

Saudações Finais (Capítulo 6:21-24)

Saudações Finais (Capítulo 6:21-24)

                   Nas saudações finais de Paulo, “Tíquico, irmão amado, e fiel ministro do Senhor” é mencionado. Seu nome aparece cinco vezes no Novo Testamento (At 20:4; Ef 6:21; Cl 4:7; 2 Tm 4:12; Tt 3:12). Sua dupla missão neste tempo era para informar os santos em Éfeso do estado do apóstolo e encorajar seus corações.
                   Paulo encerra com suas saudações habituais. “Paz”, “amor” e “graça” são desejados em favor deles.


Resumo do Significado Espiritual da Armadura


  •  Lombos cingidos – seguindo os princípios corretos em nossas vidas.
  •  Peitoral – ter uma boa consciência com afeições corretas.
  •  Pés calçados – caminhando em um estado correto de paz e tranquilidade.
  •  Escudo de fé – ter verdadeira confiança em Deus.
  •  Capacete – tendo pensamentos corretos.
  •  Espada do Espírito – tendo motivos corretos.
  •  Oração – ter uma postura correta de dependência (de joelhos).


Oração


Oração

Finalmente, nós devemos nos encontrar com o inimigo no campo de batalha de joelhos (v. 18). Isto fala de uma expressão diária de dependência no Senhor para preservação. A armadura não seria completa sem isso. Naturalmente falando, em uma batalha física esta seria uma posição vulnerável, mas é um lugar de proteção e força nesta batalha espiritual nos lugares celestiais. Há um elemento protetivo na “oração e súplica no Espírito” (Lc 22:40). O inimigo não pode nos tocar quando estamos na presença do Senhor em fervorosa oração (Dt 33:12; 2 Rs 6:13-17; 2 Cr 22:10-12).
                   O apóstolo adiciona, “Vigiando nisto com toda a perseverança”. O Senhor queria que esperássemos pelas respostas às nossas orações. Isso indica o exercício de fé. Nossa tendência é desistir cedo demais. Nossas orações não deveriam ser apenas para a nossa preservação nesta batalha, mas também para a preservação de “todos os santos” porque o inimigo vai atacar cada um que procura seguir em frente pelo Senhor.
                   Embora tenha sido um tão grande servo de Deus, Paulo não achava que não tinha necessidade das orações dos santos. Ele pediu suas orações para que a obra do Senhor pudesse continuar e prosperar. Ele entendeu que havia, e ainda há, um “grande conflito” sobre a verdade ser ministrada para proveito dos santos (Cl 1:28-2:1). Portanto, ele pede pelas orações dos Efésios para que ele pudesse abrir sua boca corajosamente “para fazer notório o mistério do evangelho” (vs. 19-20). O evangelho não é o Mistério, mas nos traz à bênção do Mistério. O evangelho é o meio pelo qual o crente participa daquilo que o Mistério revela. Assim, o Mistério é a continuação apropriada para o evangelho (Rm 16:25). Nota: ele não pediu para eles orarem pela sua liberação da prisão, ou que suas circunstâncias fossem aliviadas. Assim vemos nele uma bela imagem de submissão ao que o Senhor permitiu em sua vida.

A Espada do Espírito


A Espada do Espírito

Esta é proteção contra falsos motivos em nossos corações. Podemos ter motivos escondidos e ocultos em nossos corações, dos quais não temos conhecimento, que o inimigo pode pegar e usar para nos tirar do caminho (v. 17b). “A espada do Espírito, que é a palavra de Deus”, é capaz de discernir “os pensamentos e intenções” de nossos corações, e assim expor qualquer motivo errôneo que possa haver ali (Hb 4:12). Se deixarmos o Espírito de Deus aplicar a Palavra de Deus em todo o seu peso aos nossos corações e consciências, Ele revelará qualquer motivo profundamente enraizado e escondido que possa estar lá, para que possamos julgá-lo na presença de Deus (Jó 34:32; Sl 139:23-24). Isto nos preserva de darmos passos em falso por meio de maus motivos.
                   Podemos pensar que a menção de “a espada do Espírito” aqui é nosso chamado para atacar o diabo de uma maneira ofensiva. No entanto, não é dito em nenhum lugar nas Escrituras de lutar ou falar com o diabo, ou fugir dele. Mas nos é dito para “resistir”, e se o fizemos, ele fugirá de nós (Tg 4:7; 1 Pe 5:9). No contexto deste capítulo, a espada não é usada contra o inimigo, mas sim, em nós mesmos! Similarmente, ao entrar na terra de Canaã, os filhos de Israel deveriam afiar suas facas e depois usá-las em si mesmos (Js 5:2).

O Capacete da Salvação


O Capacete da Salvação

Isto é proteção para nossos pensamentos (v. 17a). Quando outras coisas além de Cristo ocupam nossas mentes, o inimigo pode introduzir distrações que irão trabalhar para nos afastar do gozo de nossa porção celestial. Quando mantemos nossos pensamentos fixos em Cristo e no que temos n’Ele, isso irá produzir uma libertação prática de todos os tipos de coisas que o diabo introduziria. Essa é a razão de essa parte da armadura chamar-se o capacete “da salvação”. Satanás não sabe o que estamos pensando; ele não é onisciente. Entretanto, ele pode trazer certas coisas perante nós que são calculadas para produzir certas respostas em nossos corações, e tais sugestões podem nos levar a um padrão de pensamento que irá afastar nossos pensamentos de Cristo. Ele é muito astuto; se uma pessoa está andando em comunhão, como Paulo supõe aqui, Satanás não usará coisas más e ímpias para nos distrair. De novo, neste conflito em Efésios 6, não são pensamentos maus que o inimigo agita em nossa carne, mas coisas estranhas que parecem inofensivas e inocentes, mas mesmo assim, nos leva a uma divagação em nossos pensamentos nos afastando de Cristo. Podem ser coisas que dizem respeito a nossa carreira, participação política, atividades esportivas, amizades, etc. Todas essas coisas podem nos distrair se permitirmos que tenham um lugar indevido em nossos pensamentos. Um irmão de idade dizia, “Veja o que você pensa, e deixe que seja Cristo”. “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti, porque ele confia em Ti” (Is. 26:3).

O Escudo da Fé


O Escudo da Fé

Este é uma proteção contra as tentativas do inimigo de perturbar nossa fé e confiança no Senhor (v. 16). Não devemos deixar os “dardos” da dúvida encontrarem seu alvo em nossos corações pelos quais deixamos nossas mãos descaídas em desânimo. Estes dardos podem ser questões que temos relativas às maneiras do Senhor conosco em relação a algum problema, desapontamento ou tristeza em nossas vidas. Se permitirmos que estas coisas penetrem os recessos de nossos corações, vamos ficar desanimados e vamos perder o gozo do que é nosso em Cristo. O dardo inflamado do maligno não é um desejo repentino de satisfazer alguma cobiça carnal – que é mais o conflito em Gálatas 5:17. Como mencionado antes, o conflito em Efésios supõe que o crente está andando em comunhão com o Senhor, e a carne não está se manifestando em sua vida. O dardo inflamado é alguma sugestão diabólica que o inimigo arremessa contra nós que levantaria uma dúvida em nossos corações quanto à bondade de Deus. Levantar “o escudo da fé” é manter nossa confiança em Deus, acreditando que tudo que Ele permite em nossas vidas é para nosso derradeiro bem (Rm 8:28), porque “o caminho de Deus é perfeito” (Sl 18:30).
                   Os “dardos inflamados” também podem ser acusações do diabo destinadas a nossas consciências. Uma vez que todos nós falhamos de alguma maneira, o inimigo tentará nos manter ocupados com nossas deficiências e falhas. Ao fazer isso, nossos olhos serão novamente retirados de Cristo. Quando levantamos “o escudo da fé”, e acreditamos que Deus é por nós, estes ataques são extintos.

Calçados (Pés Calçados)


Calçados (Pés Calçados)

                   Isto é proteção para nossos pés (v. 15). Há circunstâncias imprevistas, que estão além do nosso controle, que tocam nosso andar diário com o Senhor (do que os pés nos falam). O diabo usará estas circunstâncias da vida para perturbar nossa paz e comunhão, e assim estragar o gozo de nossa porção em Cristo. Ter nossos pés “calçados na preparação do evangelho da paz” é adequado para enfrentar esse ataque. Isso não se refere a estar preparado para falar o evangelho às pessoas que encontramos – isso não nos protegeria dos ataques sutis do inimigo. O versículo não está falando do que o evangelho transmite aos outros, mas o que influencia em nós. O evangelho trouxe “paz” para nós, e assim nos prepara para andar em paz num mundo de agitação. Assenta um fundamento de estabilidade em nossas almas (que é o significado da palavra “preparação” no grego) por meio do qual estamos cheios de paz. Isso nos prepara para as circunstâncias difíceis na vida que certamente enfrentaremos, e que o inimigo certamente usará para obter um ponto de ataque, e assim estragar nosso gozo do Senhor. Se andarmos com esta paz interna que o evangelho trouxe para nós, estaremos aptos a enfrentar aquelas circunstâncias no espírito de tranquilidade e não permitir que elas nos frustrem e interrompam nossa comunhão.

A Couraça da Justiça


A Couraça da Justiça

                   A couraça é uma peça de armadura usada sobre o coração para a proteção de nossas afeições (v. 14b). É chamada de couraça da “justiça” porque nós precisamos estar em guarda para que nossas afeições não sofram influência de algo que não seja caracterizado por justiça prática. O diabo vai propositadamente mirar em nossos corações coisas com a intenção de deslocar a Cristo em nossas afeições. Tenhamos cuidado, então, para não amar algo ou uma atividade a ponto disso tomar assento em nossas afeições, e nos tornarmos cativados a isso. Quando nos tornarmos apaixonados por algo, mesmo que não intrinsecamente pecaminoso, há um grande perigo de sermos levados para longe por ele. Sabendo disso, Satanás tentará introduzir algumas coisas de aparência inocente em nossas vidas que subirão aos nossos corações. Em vista disso, nós somos avisados em Provérbios 4:23, “Guarda com toda a diligência o teu coração, Pois dele procedem as fontes da vida” (ATB)

O Cinturão da Verdade


Sete Peças da Armadura

                   Vários expositores indicam que há sete peças para esta “panóplia de Deus” (JND), se incluirmos oração. Elas são:

O Cinturão da Verdade

                   Um cinturão é um utensílio, que um homem usaria para arramar suas roupas folgadas que eram usadas naqueles dias. Isso era feito para que ele pudesse trabalhar sem impedimento (v. 14a). Nesta batalha espiritual nossos “lombos” devem estar “cingidos com a verdade”. Os lombos são a área pélvica de nossos corpos que se movimenta em todas as nossas atividades físicas. Ter nossos lombos cingidos com a verdade implica que todos nossos movimentos na vida são governados pelos princípios da verdade de Deus. Isso foi perfeitamente exemplificado no Senhor Jesus quando Ele foi tentado pelo diabo. A Palavra de Deus governou cada movimento Seu. Ele não daria um passo que a Palavra de Deus e o Espírito de Deus não justificasse (1 Tm 3:16). Consequentemente, as táticas do diabo foram derrotadas. Similarmente, os princípios da Palavra de Deus devem governar todas nossas atividades e o resultado será o mesmo – as artimanhas do diabo, que são projetadas para nos desviar para outras coisas, serão frustradas.

O Dia Mal


O Dia Mal

                   V. 13 – Nós não estamos vivendo em um tempo de paz, mas em um tempo de batalha – batalha espiritual! A vida Cristã é um conflito contínuo, e não há dispensa nesta guerra. Pedro nos diz: “sede sóbrios e vigiai” por conta dos movimentos do nosso adversário (1 Pe 5:8). Já que nunca sabemos quando ou onde ele atacará, devemos viver num estado de alerta máximo em todos os momentos.
                   Em um sentido “o dia mal” cobre o período inteiro da ausência de Cristo deste mundo. Em outro sentido se refere a quando o inimigo lança um ataque especial sobre nós. Estas são ocasiões quando o poder sedutor do inimigo nos pressiona mais de perto, na tentativa de nos tirar a comunhão e nos afastar do gozo de nossa porção em Cristo. É com vistas a tais tempos que devemos estar vestidos da armadura. Só então é que seremos capazes de “ficar firmes” contra este inimigo. Note que diz “ficar”, e não “avançar”, porque não há avanço da posição na qual esta epístola vê o Cristão.

Os Poderes do Mal


Os Poderes do Mal

                   V. 12 – Há toda uma gama de maus emissários dispostos contra nós no conflito; e todos eles estão tentando nos enganar e nos seduzir. A batalha não é somente contra o “diabo” (v. 11); é “contra os principados, contra as potestades, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (v. 12). É uma coalizão de cinco espécies de seres perversos. Estes seres perversos denotam aspectos diferentes do mal espiritual. Há um tipo disso em Josué 10. Uma coalizão de cinco reis canaanitas se reuniu para lutar contra Josué e os filhos de Israel em uma tentativa de impedi-los de tomar a terra. “Adoni-Zedeque” era o líder da coalizão, e ele se levanta como um tipo de Satanás que é o comandante chefe dos seres do mal nos lugares celestiais. Ele tinha quatro outros reis sob ele – “Hoão”, “Pirã”, “Jafia” e “Debir” (Js 10:3-4).
                   A batalha em Josué 10 aconteceu em “Gibeão”, que significa “uma grande colina”. Foi travada literalmente no topo duma colina, e isso fala dos lugares celestiais onde nosso conflito espiritual ocorre. Os filhos de Israel vieram de “Gilgal” para encontrar este inimigo. Isso fala de julgamento próprio (Js 10:9). Ao tempo do pôr-do-Sol, Josué ordenou que este ficasse parado por mais um dia inteiro. Assim a batalha durou dois dias! Ele fez isso para que eles pudessem terminar a batalha vitoriosamente (Js 10:11-14). Uma vez que um dia para o Senhor é como 1.000 anos (2 Pe 3:8; Sl 90:4), isso fala do prolongado dia de graça, que já é de quase 2.000 anos! Isso nos fala que iremos ter este conflito com Satanás e seus emissários até a vinda do Senhor – o Arrebatamento.

Toda a Armadura de Deus


Toda a Armadura de Deus



                   Vs. 11-12 – Nossa responsabilidade aqui é sermos achados vestindo “toda a armadura de Deus”. Não é suficiente saber sobre cada peça da armadura; ser capaz de explicar o significado e função delas não nos dará o benefício de sua proteção. Nós temos de nos “revestir” de toda a armadura. Isso é, temos que aplicar os princípios que cada peça da armadura representa em nossas vidas de uma maneira prática antes de obtermos o benefício delas.
                   Nota: Nós temos que nos revestir dela. Deus não faz isso por nós. O “melhor vestido” foi colocado no filho pródigo quando ele veio ao seu pai, porque retrata as bênçãos de Deus em salvação. Consequentemente, os vestidos de salvação são algo com que Deus nos reveste quando somos salvos. Mas quando se trata de “toda a armadura de Deus” é algo que nós devemos vestir – é nossa responsabilidade fazer isso. O ato de vestir está no tempo aoristo no grego. Isto significa que nós devemos estar num estado de ter feito isso de uma vez por todas. Portanto, deve ser lido, “sendo vestidos...” (v. 14 – ATB). Isto significa que não é algo que tiramos e colocamos, conforme surge a necessidade, mas algo colocado de uma vez por todas.
                   Ao dizer, “toda [completa] a armadura de Deus”, ele está indicando que não seria suficiente vestirmos parte dela. É dada a nós como um todo, e deve ser vestida em sua totalidade. Note também que não há armadura para nossas costas. Deus nunca desejou que virássemos as costas ao inimigo e corrêssemos. De fato, somos assim exortados: “resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Se somos encontrados vestindo a armadura, o diabo será frustrado em suas tentativas de nos tirar o gozo de nossa porção em Cristo e de nos preocupar com outras coisas.

O Caráter do Conflito


O Caráter do Conflito

                   V. 11 – Este conflito não é uma batalha carnal com bombas e armas literais, mas uma batalha espiritual “contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:12; 2 Co 10:4-5). O conflito descrito aqui não é o que um crente experimenta quando luta com as concupiscências da carne como consequência de não estar andando no Espírito – como descrito em Gálatas 5:17. Embora que uma luta contra a carne possa ser algo muito real na vida dum crente, ela não é uma experiência Cristã normal, porque a Bíblia apresenta a vida Cristã sob a perspectiva de o crente tendo colocado a carne no lugar de morte, e de ela não estar se manifestando em sua vida. O conflito aqui, em Efésios 6, é o que um crente enfrenta quando está andando no Espírito. Quando julgamos a nós mesmos, colocamos nosso foco nas coisas celestiais, e procuramos andar em gozo prático delas imediatamente vamos encontrar o poder de Satanás contra nós, como descrito neste capítulo. Por isso, Gálatas 5:17 descreve um conflito que resulta de não andar no Espírito, enquanto Efésios 6:10-12 descreve um conflito que resulta quando um crente anda no Espírito.
                   Como “o príncipe das potestades do ar”, Satanás se move nos lugares celestiais. No capítulo 2:2 o vimos ali se opondo ao conselho de Deus e tentando impedir que seja concretizado em relação à edificação da Igreja – o corpo de Cristo e a casa de Deus. Neste capítulo ele está nos lugares celestiais se opondo aos santos de desfrutarem de Cristo e de suas bênçãos n’Ele
                   É importante entender que este conflito não é para tomar posse de nossas bênçãos espirituais, mas para andar no gozo delas. Satanás não está tentando tirar nossa salvação ou nossas bênçãos porque ele sabe que não pode. Mas sua intenção é estragar o gozo de nossa porção em Cristo.
                   Uma vez que o crente é visto nesta epístola indo bem e andando no Espírito (Gl 5:16, 25), ele não está sujeito a responder às coisas carnais como faria uma pessoa em um estado ruim. Sabendo disto, o diabo vem até ele em uma linha diferente de ataque. Ele tenta introduzir coisas em sua vida que não são necessariamente pecaminosas, e as usa para distraí-lo de sua ocupação com Cristo. Ele pode usar os cuidados e deveres desta vida como um instrumento para nos afastar de desfrutar das coisas do Senhor. Muitas vezes ele usa pessoas para fazer o seu trabalho sem que elas o saibam – até mesmo Cristãos bem intencionados. Podemos ser apresentados a algo tão simples quanto um projeto, um hobby, uma recreação, etc., mas por trás disso há uma artimanha do diabo destinada a nos distrair e nos enredar em algo diferente de Cristo. O resultado é que estaremos preocupados com elas e não com nossa porção em Cristo. Trazer as tentações de natureza carnal para essa passagem é entender mal o contexto e o caráter deste conflito. As lutas de Ló em Sodoma não retratam este conflito de Efésios 6.
                   “As astutas ciladas do diabo” são coisas que ele nos apresenta que parecem justas e inocentes, mas por elas nossas almas são enganadas. O fato que está no plural (“astutas”) nos fala que Satanás tem muitas linhas enganosas de ataque. O que ele poderia usar em um Cristão, ele pode não usar em outro. Ele conhece, por observação, as tendências de cada um de nós, e usará uma linha particular de ataque destinada ao ponto onde somos mais fracos e mais propensos a ser enganados. Sr. Kelly traduz este versículo como “os estratagemas do diabo”. Estratagema vem da palavra estratégia e se refere à ciência da batalha militar. Isto significa que Satanás está planejando uma estratégia especial para atacar os santos de Deus. Ele tem projetos para nossas vidas! Não é um ataque casual, mas algo cuidadosamente planejado. Esta é uma consideração solene.
                   Há uma figura no Velho Testamento que ilustra o trabalho do diabo neste sentido. No livro de Josué, o Senhor levou os filhos de Israel à sua herança – a terra de Canaã (Js 5:13-15). Canaã é um tipo de nossa porção celestial em Cristo. O Senhor lhes deu a terra (Js 1:2), mas eles tiveram que lutar para possuí-la na prática e habitar nela. Os habitantes da terra (os canaanitas) são um tipo dos espíritos maus nos lugares celestiais que estão dispostos contra os santos para impedi-los de desfrutar sua porção em Cristo. Em Josué 9, alguns dos habitantes da terra (os gibeonitas) vieram aos filhos de Israel numa maneira astuta e os enganaram fazendo um pacto de não agressão com eles (vs. 4-15). Não muito depois, os filhos de Israel descobriram que tinham sido enganados por seus inimigos. Como eles juraram que não destruiriam os Gibeonitas, eles adquiriram um problema do qual não poderiam se livrar. Desde então, os Gibeonitas se tornaram um fardo e uma perturbação aos filhos de Israel. Tudo aconteceu porque Josué e o povo não procuraram o conselho do Senhor (v. 14).

O Poder do Senhor


O Poder do Senhor

                   V. 10 - O apóstolo primeiro direciona nossos pensamentos para o poder que é por nós antes que ele nos fale do poder que é contra nós. Para combater esses astutos enganos, devemos estar “fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder”. Se quisermos ser vencedores nesta batalha espiritual, devemos entender que só o poderemos ser na força e pelo poder do Senhor. É o “Seu poder”, não o nosso, que nos fará prevalecer. A força humana não será de proveito nesta batalha (1 Sm 2:9). “Não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6). Estamos muito agradecidos por saber que o poder de Deus é maior do que o do inimigo (1 Jo 4:4).
                   Só estaremos “fortalecidos no Senhor” quando vivermos praticamente sob o Senhorio de Cristo. Isso significa que devemos reconhecer a autoridade do Senhor em todos os aspectos de nossas vidas. Não podemos esperar ter Seu poder em nossas vidas, se vivemos sem referência a Ele. Seremos presas aos enganos do inimigo porque subestimamos o poder de Satanás, e superestimamos o nosso próprio (Sl 118:8; Lc 14:31). Consequentemente, não usamos a armadura como deveríamos e somos enganados em algo que finalmente nos distrai da nossa porção espiritual em Cristo. Isso é ilustrado tipicamente em Josué 7, na batalha de “Ai”.

A Batalha Cristã (Capítulo 6:10-20)


A Batalha Cristã (Capítulo 6:10-20)

                   Antes de encerrar a epístola, o apóstolo nos lembra de que temos um inimigo espiritual no mesmo reino onde estamos “assentados” (cap. 2:6) e onde nossas “bênçãos espirituais” estão (cap. 1:3) – “nos lugares celestiais” (cap. 6:12). Satanás e seus emissários estão lá naquele reino de atividade espiritual fazendo tudo o que podem para estragar o nosso gozo de Cristo e de nossas bênçãos espirituais n’Ele. Um poderoso adversário, de fato, está armado contra nós, mas Deus fez uma provisão completa para nós contra aquele astuto inimigo com “toda armadura de Deus”. Se a usarmos, estaremos habilitados, pelo poder de Deus, a viver em gozo ininterrupto daquelas coisas que são nossas.