Séculos e Dispensações
Paulo
usou as palavras “dispensação” e “século” neste primeiro capítulo de
Efésios (vs. 10, 21). Estas palavras não são a mesma coisa, e podem ser
distinguidas da seguinte forma: Um “século” é uma época ou período que já
transcorreu, está transcorrendo ou irá transcorrer o seu curso na Terra. Tais
períodos são chamados “os tempos dos
séculos” (2 Tm 1:9; Tt 1:2; Rm 16:25 – JND). O Senhor falou de dois séculos
em Seu ministério: “neste século” e “no futuro” (Mt 12:32). “Este século” era o século mosaico que
começou no Sinai e estava transcorrendo ao tempo da primeira vinda do Senhor.
Quando Ele foi rejeitado e expulso deste mundo, este século se tornou “o presente século mau”, porque os “príncipes deste século” cometeram o
maior pecado de crucificar o Senhor da glória (Gl 1:4; 1 Co 2:6, 8).
Este século mosaico ainda
está em curso hoje. A vinda do Espírito Santo e a introdução do Cristianismo não
trouxeram fim à era mosaica, nem deu início a um novo século (era). Atualmente,
Deus está chamando crentes de entre os judeus e os gentios para fazerem parte
da Igreja (At 15:14, 26:17). Aqueles que creem no evangelho de Sua graça hoje,
são livrados “do presente século mal”,
e não fazem mais parte dele, em relação a sua posição diante de Deus (Gl 1:4).
Assim, a Igreja não tem conexão com a Terra e seus tempos e, portanto, falar
deste tempo presente como “a era da Igreja” (como alguns Cristãos fazem) não é
doutrinariamente correto.
A Igreja está na Terra neste
momento atual como uma peregrina em seu caminho para o seu lar celestial; seu
chamado, caráter e destino são todos celestiais. Como a Igreja ainda está na Terra
e passando por “este século”, o qual
é marcado pelo mal, as exortações do apóstolo são para nos manter separados de
seu caráter e maneiras. Nós devemos viver “neste
presente século sóbria, e justa, e piamente” (Tt 2:12). Os crentes devem
rejeitar a sabedoria deste século, porque “tornou
Deus louca a sabedoria deste mundo” (1 Co 1:20). E também os Cristãos
materialmente “ricos desde mundo” são
advertidos a não permitir serem caracterizados por este século, e confiarem na “incerteza das riquezas” (1 Tm 6:17).
Eles devem distribuir suas posses e, assim, estabelecer “para si mesmos um bom fundamento para o futuro” (1 Tm 6:18-19). É
triste dizer que alguns Cristãos hoje estão se afastando de sua firmeza, e
estão amando “o presente século” e,
como resultado, eles estão se estabelecendo no mundo. Demas é um exemplo disso
(2 Tm 4:10).
Alguns têm pensado que o
presente chamado de Deus pelo evangelho colocou a era mosaica em suspenso, e que
ela não vai recomeçar até algum dia futuro. No entanto, ela ainda está em curso
na Terra, e a Lei ainda tem sua “aplicação” aos homens na carne neste século,
no sentido de magnificar seus pecados e mostrar-lhes sua necessidade de um
Salvador (1 Tm 1:8-10; Rm 3:19). A Lei, é claro, não tem aplicação para
Cristãos os quais são vistos como tendo morrido com Cristo. A Lei não está morta;
é o Cristão que está morto para a Lei. A Lei, portanto, não tem nada o que
fazer com eles (Rm 7:4, 6).
Sabemos, pelas Escrituras
proféticas, que este presente século terá pelo menos sete anos a mais, depois
que a Igreja for chamada para o céu. Esses anos serão cumpridos na septuagésima
semana de Daniel (Dn 9:27). Este século está atualmente sob o controle de
Satanás, que é seu deus e príncipe (2 Co 4:4; Ef. 2:2), e está indo para o juízo.
Ele se encerrará na Aparição de Cristo, no que é chamada “a consumação do século” (Mateus 13:39-40 – ARA, 49, 24:3, 28:20).
Naquele tempo, o Senhor trará “o século
futuro”, que é o Milênio (Mt 12:32; Mc 10:30; Ef 1:21; Hb 2:5, 6:5). Quando
tiver transcorrido o curso de 1.000 anos do Milênio, o Estado Eterno será introduzido.
A Escritura o chama de “séculos dos
séculos [para todo o sempre]” (Gl 1:5; Ef 3:21; 1Tm 1:17; 1 Pe
5:11; Ap 5:13, 22:5). (ATB [ARC])
A palavra “dispensação” significa “a administração de uma casa” ou “uma economia” ou “uma lei doméstica”. No sentido de que é usado em Escritura, é um
tratamento de Deus, publicamente ordenado com os homens na administração de Seus
caminhos durante várias épocas. Parece haver três dispensações principais (veja
Concise Bible Dictionary, George
Morrish – BTP, pág. 216-217).
A primeira delas é a Dispensação da Lei. Este foi um tratamento ordenado
por Deus com os homens (a nação de Israel), pelo qual as exigências da Lei
deviam ser cumpridas pelo povo, a fim de que eles andassem em comunhão com
Deus. Houve três fases nessa dispensação:
- Cerca de 400 anos sob os Juízes (desde a entrada de Israel em Canaã até o fim dos Juízes – At 13:19-20).
- Cerca de 500 anos sob reinados (desde o rei Saul ao cativeiro babilônico).
- Cerca de 600 anos de testemunho profético durante os Tempos dos gentios (desde o cativeiro babilônico até João Batista – Lc 16:16)
A segunda grande dispensação é a presente “dispensação da graça de Deus” (Ef 3:2). Também pode ser chamada “a dispensação do mistério” (Ef 3:9). A
manifestação da graça realmente começou com o ministério de nosso Senhor Jesus
Cristo (Jo 1:17), mas quando o Seu povo terrenal (Israel) O rejeitou, Deus ampliou
a presente dispensação da graça no chamado celestial da Igreja, que começou com
a vinda do Espírito Santo no Pentecostes (At 2:1-4, 11:15). Isso é uma ordenação
de Deus completamente diferente, pertencente a uma companhia celestial de
pessoas que estão agora sendo chamadas de entre os judeus e gentios, para fazerem
parte de algo novo, celestial – a Igreja de Deus (At 15:14, 26:17). A
responsabilidade do verdadeiro ministério Cristão hoje é “promover a dispensação de Deus” (JND), ajudando os santos a
entenderem suas bênçãos celestiais em Cristo e os seus grandes privilégios que estão
n’Ele (1 Tm 1:4).
A terceira grande dispensação ainda está por vir – “a dispensação da plenitude dos tempos”
(Ef 1:10). Esta será uma ordenação especial de Deus para os homens durante o
reinado milenar de Cristo.
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Paulo usa a palavra “século”
nesta epístola para denotar três
diferentes coisas:
- “Este século” (Ef 1:21) – os dias atuais
- O século “vindouro” (Ef 1:21) – o Milênio.
- “Os séculos dos séculos [todo o sempre]” (Ef 3:21 – ATB) – o estado eterno quando não haverá tempo.
Paulo
também fala de duas dispensações nesta epístola:
- “A dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1:10) – uma ordenação especial de Deus durante o reino milenar de Cristo.
- “A dispensação da graça de Deus” (Ef 3:2) – uma ordenação celestial especial de Deus para aqueles que creem no evangelho da Sua graça e são, portanto, parte da Igreja de Deus.
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