domingo, 9 de setembro de 2018

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domingo, 2 de setembro de 2018

Saudações Finais (Capítulo 6:21-24)

Saudações Finais (Capítulo 6:21-24)

                   Nas saudações finais de Paulo, “Tíquico, irmão amado, e fiel ministro do Senhor” é mencionado. Seu nome aparece cinco vezes no Novo Testamento (At 20:4; Ef 6:21; Cl 4:7; 2 Tm 4:12; Tt 3:12). Sua dupla missão neste tempo era para informar os santos em Éfeso do estado do apóstolo e encorajar seus corações.
                   Paulo encerra com suas saudações habituais. “Paz”, “amor” e “graça” são desejados em favor deles.


Resumo do Significado Espiritual da Armadura


  •  Lombos cingidos – seguindo os princípios corretos em nossas vidas.
  •  Peitoral – ter uma boa consciência com afeições corretas.
  •  Pés calçados – caminhando em um estado correto de paz e tranquilidade.
  •  Escudo de fé – ter verdadeira confiança em Deus.
  •  Capacete – tendo pensamentos corretos.
  •  Espada do Espírito – tendo motivos corretos.
  •  Oração – ter uma postura correta de dependência (de joelhos).


Oração


Oração

Finalmente, nós devemos nos encontrar com o inimigo no campo de batalha de joelhos (v. 18). Isto fala de uma expressão diária de dependência no Senhor para preservação. A armadura não seria completa sem isso. Naturalmente falando, em uma batalha física esta seria uma posição vulnerável, mas é um lugar de proteção e força nesta batalha espiritual nos lugares celestiais. Há um elemento protetivo na “oração e súplica no Espírito” (Lc 22:40). O inimigo não pode nos tocar quando estamos na presença do Senhor em fervorosa oração (Dt 33:12; 2 Rs 6:13-17; 2 Cr 22:10-12).
                   O apóstolo adiciona, “Vigiando nisto com toda a perseverança”. O Senhor queria que esperássemos pelas respostas às nossas orações. Isso indica o exercício de fé. Nossa tendência é desistir cedo demais. Nossas orações não deveriam ser apenas para a nossa preservação nesta batalha, mas também para a preservação de “todos os santos” porque o inimigo vai atacar cada um que procura seguir em frente pelo Senhor.
                   Embora tenha sido um tão grande servo de Deus, Paulo não achava que não tinha necessidade das orações dos santos. Ele pediu suas orações para que a obra do Senhor pudesse continuar e prosperar. Ele entendeu que havia, e ainda há, um “grande conflito” sobre a verdade ser ministrada para proveito dos santos (Cl 1:28-2:1). Portanto, ele pede pelas orações dos Efésios para que ele pudesse abrir sua boca corajosamente “para fazer notório o mistério do evangelho” (vs. 19-20). O evangelho não é o Mistério, mas nos traz à bênção do Mistério. O evangelho é o meio pelo qual o crente participa daquilo que o Mistério revela. Assim, o Mistério é a continuação apropriada para o evangelho (Rm 16:25). Nota: ele não pediu para eles orarem pela sua liberação da prisão, ou que suas circunstâncias fossem aliviadas. Assim vemos nele uma bela imagem de submissão ao que o Senhor permitiu em sua vida.

A Espada do Espírito


A Espada do Espírito

Esta é proteção contra falsos motivos em nossos corações. Podemos ter motivos escondidos e ocultos em nossos corações, dos quais não temos conhecimento, que o inimigo pode pegar e usar para nos tirar do caminho (v. 17b). “A espada do Espírito, que é a palavra de Deus”, é capaz de discernir “os pensamentos e intenções” de nossos corações, e assim expor qualquer motivo errôneo que possa haver ali (Hb 4:12). Se deixarmos o Espírito de Deus aplicar a Palavra de Deus em todo o seu peso aos nossos corações e consciências, Ele revelará qualquer motivo profundamente enraizado e escondido que possa estar lá, para que possamos julgá-lo na presença de Deus (Jó 34:32; Sl 139:23-24). Isto nos preserva de darmos passos em falso por meio de maus motivos.
                   Podemos pensar que a menção de “a espada do Espírito” aqui é nosso chamado para atacar o diabo de uma maneira ofensiva. No entanto, não é dito em nenhum lugar nas Escrituras de lutar ou falar com o diabo, ou fugir dele. Mas nos é dito para “resistir”, e se o fizemos, ele fugirá de nós (Tg 4:7; 1 Pe 5:9). No contexto deste capítulo, a espada não é usada contra o inimigo, mas sim, em nós mesmos! Similarmente, ao entrar na terra de Canaã, os filhos de Israel deveriam afiar suas facas e depois usá-las em si mesmos (Js 5:2).

O Capacete da Salvação


O Capacete da Salvação

Isto é proteção para nossos pensamentos (v. 17a). Quando outras coisas além de Cristo ocupam nossas mentes, o inimigo pode introduzir distrações que irão trabalhar para nos afastar do gozo de nossa porção celestial. Quando mantemos nossos pensamentos fixos em Cristo e no que temos n’Ele, isso irá produzir uma libertação prática de todos os tipos de coisas que o diabo introduziria. Essa é a razão de essa parte da armadura chamar-se o capacete “da salvação”. Satanás não sabe o que estamos pensando; ele não é onisciente. Entretanto, ele pode trazer certas coisas perante nós que são calculadas para produzir certas respostas em nossos corações, e tais sugestões podem nos levar a um padrão de pensamento que irá afastar nossos pensamentos de Cristo. Ele é muito astuto; se uma pessoa está andando em comunhão, como Paulo supõe aqui, Satanás não usará coisas más e ímpias para nos distrair. De novo, neste conflito em Efésios 6, não são pensamentos maus que o inimigo agita em nossa carne, mas coisas estranhas que parecem inofensivas e inocentes, mas mesmo assim, nos leva a uma divagação em nossos pensamentos nos afastando de Cristo. Podem ser coisas que dizem respeito a nossa carreira, participação política, atividades esportivas, amizades, etc. Todas essas coisas podem nos distrair se permitirmos que tenham um lugar indevido em nossos pensamentos. Um irmão de idade dizia, “Veja o que você pensa, e deixe que seja Cristo”. “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti, porque ele confia em Ti” (Is. 26:3).

O Escudo da Fé


O Escudo da Fé

Este é uma proteção contra as tentativas do inimigo de perturbar nossa fé e confiança no Senhor (v. 16). Não devemos deixar os “dardos” da dúvida encontrarem seu alvo em nossos corações pelos quais deixamos nossas mãos descaídas em desânimo. Estes dardos podem ser questões que temos relativas às maneiras do Senhor conosco em relação a algum problema, desapontamento ou tristeza em nossas vidas. Se permitirmos que estas coisas penetrem os recessos de nossos corações, vamos ficar desanimados e vamos perder o gozo do que é nosso em Cristo. O dardo inflamado do maligno não é um desejo repentino de satisfazer alguma cobiça carnal – que é mais o conflito em Gálatas 5:17. Como mencionado antes, o conflito em Efésios supõe que o crente está andando em comunhão com o Senhor, e a carne não está se manifestando em sua vida. O dardo inflamado é alguma sugestão diabólica que o inimigo arremessa contra nós que levantaria uma dúvida em nossos corações quanto à bondade de Deus. Levantar “o escudo da fé” é manter nossa confiança em Deus, acreditando que tudo que Ele permite em nossas vidas é para nosso derradeiro bem (Rm 8:28), porque “o caminho de Deus é perfeito” (Sl 18:30).
                   Os “dardos inflamados” também podem ser acusações do diabo destinadas a nossas consciências. Uma vez que todos nós falhamos de alguma maneira, o inimigo tentará nos manter ocupados com nossas deficiências e falhas. Ao fazer isso, nossos olhos serão novamente retirados de Cristo. Quando levantamos “o escudo da fé”, e acreditamos que Deus é por nós, estes ataques são extintos.

Calçados (Pés Calçados)


Calçados (Pés Calçados)

                   Isto é proteção para nossos pés (v. 15). Há circunstâncias imprevistas, que estão além do nosso controle, que tocam nosso andar diário com o Senhor (do que os pés nos falam). O diabo usará estas circunstâncias da vida para perturbar nossa paz e comunhão, e assim estragar o gozo de nossa porção em Cristo. Ter nossos pés “calçados na preparação do evangelho da paz” é adequado para enfrentar esse ataque. Isso não se refere a estar preparado para falar o evangelho às pessoas que encontramos – isso não nos protegeria dos ataques sutis do inimigo. O versículo não está falando do que o evangelho transmite aos outros, mas o que influencia em nós. O evangelho trouxe “paz” para nós, e assim nos prepara para andar em paz num mundo de agitação. Assenta um fundamento de estabilidade em nossas almas (que é o significado da palavra “preparação” no grego) por meio do qual estamos cheios de paz. Isso nos prepara para as circunstâncias difíceis na vida que certamente enfrentaremos, e que o inimigo certamente usará para obter um ponto de ataque, e assim estragar nosso gozo do Senhor. Se andarmos com esta paz interna que o evangelho trouxe para nós, estaremos aptos a enfrentar aquelas circunstâncias no espírito de tranquilidade e não permitir que elas nos frustrem e interrompam nossa comunhão.

A Couraça da Justiça


A Couraça da Justiça

                   A couraça é uma peça de armadura usada sobre o coração para a proteção de nossas afeições (v. 14b). É chamada de couraça da “justiça” porque nós precisamos estar em guarda para que nossas afeições não sofram influência de algo que não seja caracterizado por justiça prática. O diabo vai propositadamente mirar em nossos corações coisas com a intenção de deslocar a Cristo em nossas afeições. Tenhamos cuidado, então, para não amar algo ou uma atividade a ponto disso tomar assento em nossas afeições, e nos tornarmos cativados a isso. Quando nos tornarmos apaixonados por algo, mesmo que não intrinsecamente pecaminoso, há um grande perigo de sermos levados para longe por ele. Sabendo disso, Satanás tentará introduzir algumas coisas de aparência inocente em nossas vidas que subirão aos nossos corações. Em vista disso, nós somos avisados em Provérbios 4:23, “Guarda com toda a diligência o teu coração, Pois dele procedem as fontes da vida” (ATB)

O Cinturão da Verdade


Sete Peças da Armadura

                   Vários expositores indicam que há sete peças para esta “panóplia de Deus” (JND), se incluirmos oração. Elas são:

O Cinturão da Verdade

                   Um cinturão é um utensílio, que um homem usaria para arramar suas roupas folgadas que eram usadas naqueles dias. Isso era feito para que ele pudesse trabalhar sem impedimento (v. 14a). Nesta batalha espiritual nossos “lombos” devem estar “cingidos com a verdade”. Os lombos são a área pélvica de nossos corpos que se movimenta em todas as nossas atividades físicas. Ter nossos lombos cingidos com a verdade implica que todos nossos movimentos na vida são governados pelos princípios da verdade de Deus. Isso foi perfeitamente exemplificado no Senhor Jesus quando Ele foi tentado pelo diabo. A Palavra de Deus governou cada movimento Seu. Ele não daria um passo que a Palavra de Deus e o Espírito de Deus não justificasse (1 Tm 3:16). Consequentemente, as táticas do diabo foram derrotadas. Similarmente, os princípios da Palavra de Deus devem governar todas nossas atividades e o resultado será o mesmo – as artimanhas do diabo, que são projetadas para nos desviar para outras coisas, serão frustradas.

O Dia Mal


O Dia Mal

                   V. 13 – Nós não estamos vivendo em um tempo de paz, mas em um tempo de batalha – batalha espiritual! A vida Cristã é um conflito contínuo, e não há dispensa nesta guerra. Pedro nos diz: “sede sóbrios e vigiai” por conta dos movimentos do nosso adversário (1 Pe 5:8). Já que nunca sabemos quando ou onde ele atacará, devemos viver num estado de alerta máximo em todos os momentos.
                   Em um sentido “o dia mal” cobre o período inteiro da ausência de Cristo deste mundo. Em outro sentido se refere a quando o inimigo lança um ataque especial sobre nós. Estas são ocasiões quando o poder sedutor do inimigo nos pressiona mais de perto, na tentativa de nos tirar a comunhão e nos afastar do gozo de nossa porção em Cristo. É com vistas a tais tempos que devemos estar vestidos da armadura. Só então é que seremos capazes de “ficar firmes” contra este inimigo. Note que diz “ficar”, e não “avançar”, porque não há avanço da posição na qual esta epístola vê o Cristão.

Os Poderes do Mal


Os Poderes do Mal

                   V. 12 – Há toda uma gama de maus emissários dispostos contra nós no conflito; e todos eles estão tentando nos enganar e nos seduzir. A batalha não é somente contra o “diabo” (v. 11); é “contra os principados, contra as potestades, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (v. 12). É uma coalizão de cinco espécies de seres perversos. Estes seres perversos denotam aspectos diferentes do mal espiritual. Há um tipo disso em Josué 10. Uma coalizão de cinco reis canaanitas se reuniu para lutar contra Josué e os filhos de Israel em uma tentativa de impedi-los de tomar a terra. “Adoni-Zedeque” era o líder da coalizão, e ele se levanta como um tipo de Satanás que é o comandante chefe dos seres do mal nos lugares celestiais. Ele tinha quatro outros reis sob ele – “Hoão”, “Pirã”, “Jafia” e “Debir” (Js 10:3-4).
                   A batalha em Josué 10 aconteceu em “Gibeão”, que significa “uma grande colina”. Foi travada literalmente no topo duma colina, e isso fala dos lugares celestiais onde nosso conflito espiritual ocorre. Os filhos de Israel vieram de “Gilgal” para encontrar este inimigo. Isso fala de julgamento próprio (Js 10:9). Ao tempo do pôr-do-Sol, Josué ordenou que este ficasse parado por mais um dia inteiro. Assim a batalha durou dois dias! Ele fez isso para que eles pudessem terminar a batalha vitoriosamente (Js 10:11-14). Uma vez que um dia para o Senhor é como 1.000 anos (2 Pe 3:8; Sl 90:4), isso fala do prolongado dia de graça, que já é de quase 2.000 anos! Isso nos fala que iremos ter este conflito com Satanás e seus emissários até a vinda do Senhor – o Arrebatamento.

Toda a Armadura de Deus


Toda a Armadura de Deus



                   Vs. 11-12 – Nossa responsabilidade aqui é sermos achados vestindo “toda a armadura de Deus”. Não é suficiente saber sobre cada peça da armadura; ser capaz de explicar o significado e função delas não nos dará o benefício de sua proteção. Nós temos de nos “revestir” de toda a armadura. Isso é, temos que aplicar os princípios que cada peça da armadura representa em nossas vidas de uma maneira prática antes de obtermos o benefício delas.
                   Nota: Nós temos que nos revestir dela. Deus não faz isso por nós. O “melhor vestido” foi colocado no filho pródigo quando ele veio ao seu pai, porque retrata as bênçãos de Deus em salvação. Consequentemente, os vestidos de salvação são algo com que Deus nos reveste quando somos salvos. Mas quando se trata de “toda a armadura de Deus” é algo que nós devemos vestir – é nossa responsabilidade fazer isso. O ato de vestir está no tempo aoristo no grego. Isto significa que nós devemos estar num estado de ter feito isso de uma vez por todas. Portanto, deve ser lido, “sendo vestidos...” (v. 14 – ATB). Isto significa que não é algo que tiramos e colocamos, conforme surge a necessidade, mas algo colocado de uma vez por todas.
                   Ao dizer, “toda [completa] a armadura de Deus”, ele está indicando que não seria suficiente vestirmos parte dela. É dada a nós como um todo, e deve ser vestida em sua totalidade. Note também que não há armadura para nossas costas. Deus nunca desejou que virássemos as costas ao inimigo e corrêssemos. De fato, somos assim exortados: “resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Se somos encontrados vestindo a armadura, o diabo será frustrado em suas tentativas de nos tirar o gozo de nossa porção em Cristo e de nos preocupar com outras coisas.

O Caráter do Conflito


O Caráter do Conflito

                   V. 11 – Este conflito não é uma batalha carnal com bombas e armas literais, mas uma batalha espiritual “contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:12; 2 Co 10:4-5). O conflito descrito aqui não é o que um crente experimenta quando luta com as concupiscências da carne como consequência de não estar andando no Espírito – como descrito em Gálatas 5:17. Embora que uma luta contra a carne possa ser algo muito real na vida dum crente, ela não é uma experiência Cristã normal, porque a Bíblia apresenta a vida Cristã sob a perspectiva de o crente tendo colocado a carne no lugar de morte, e de ela não estar se manifestando em sua vida. O conflito aqui, em Efésios 6, é o que um crente enfrenta quando está andando no Espírito. Quando julgamos a nós mesmos, colocamos nosso foco nas coisas celestiais, e procuramos andar em gozo prático delas imediatamente vamos encontrar o poder de Satanás contra nós, como descrito neste capítulo. Por isso, Gálatas 5:17 descreve um conflito que resulta de não andar no Espírito, enquanto Efésios 6:10-12 descreve um conflito que resulta quando um crente anda no Espírito.
                   Como “o príncipe das potestades do ar”, Satanás se move nos lugares celestiais. No capítulo 2:2 o vimos ali se opondo ao conselho de Deus e tentando impedir que seja concretizado em relação à edificação da Igreja – o corpo de Cristo e a casa de Deus. Neste capítulo ele está nos lugares celestiais se opondo aos santos de desfrutarem de Cristo e de suas bênçãos n’Ele
                   É importante entender que este conflito não é para tomar posse de nossas bênçãos espirituais, mas para andar no gozo delas. Satanás não está tentando tirar nossa salvação ou nossas bênçãos porque ele sabe que não pode. Mas sua intenção é estragar o gozo de nossa porção em Cristo.
                   Uma vez que o crente é visto nesta epístola indo bem e andando no Espírito (Gl 5:16, 25), ele não está sujeito a responder às coisas carnais como faria uma pessoa em um estado ruim. Sabendo disto, o diabo vem até ele em uma linha diferente de ataque. Ele tenta introduzir coisas em sua vida que não são necessariamente pecaminosas, e as usa para distraí-lo de sua ocupação com Cristo. Ele pode usar os cuidados e deveres desta vida como um instrumento para nos afastar de desfrutar das coisas do Senhor. Muitas vezes ele usa pessoas para fazer o seu trabalho sem que elas o saibam – até mesmo Cristãos bem intencionados. Podemos ser apresentados a algo tão simples quanto um projeto, um hobby, uma recreação, etc., mas por trás disso há uma artimanha do diabo destinada a nos distrair e nos enredar em algo diferente de Cristo. O resultado é que estaremos preocupados com elas e não com nossa porção em Cristo. Trazer as tentações de natureza carnal para essa passagem é entender mal o contexto e o caráter deste conflito. As lutas de Ló em Sodoma não retratam este conflito de Efésios 6.
                   “As astutas ciladas do diabo” são coisas que ele nos apresenta que parecem justas e inocentes, mas por elas nossas almas são enganadas. O fato que está no plural (“astutas”) nos fala que Satanás tem muitas linhas enganosas de ataque. O que ele poderia usar em um Cristão, ele pode não usar em outro. Ele conhece, por observação, as tendências de cada um de nós, e usará uma linha particular de ataque destinada ao ponto onde somos mais fracos e mais propensos a ser enganados. Sr. Kelly traduz este versículo como “os estratagemas do diabo”. Estratagema vem da palavra estratégia e se refere à ciência da batalha militar. Isto significa que Satanás está planejando uma estratégia especial para atacar os santos de Deus. Ele tem projetos para nossas vidas! Não é um ataque casual, mas algo cuidadosamente planejado. Esta é uma consideração solene.
                   Há uma figura no Velho Testamento que ilustra o trabalho do diabo neste sentido. No livro de Josué, o Senhor levou os filhos de Israel à sua herança – a terra de Canaã (Js 5:13-15). Canaã é um tipo de nossa porção celestial em Cristo. O Senhor lhes deu a terra (Js 1:2), mas eles tiveram que lutar para possuí-la na prática e habitar nela. Os habitantes da terra (os canaanitas) são um tipo dos espíritos maus nos lugares celestiais que estão dispostos contra os santos para impedi-los de desfrutar sua porção em Cristo. Em Josué 9, alguns dos habitantes da terra (os gibeonitas) vieram aos filhos de Israel numa maneira astuta e os enganaram fazendo um pacto de não agressão com eles (vs. 4-15). Não muito depois, os filhos de Israel descobriram que tinham sido enganados por seus inimigos. Como eles juraram que não destruiriam os Gibeonitas, eles adquiriram um problema do qual não poderiam se livrar. Desde então, os Gibeonitas se tornaram um fardo e uma perturbação aos filhos de Israel. Tudo aconteceu porque Josué e o povo não procuraram o conselho do Senhor (v. 14).

O Poder do Senhor


O Poder do Senhor

                   V. 10 - O apóstolo primeiro direciona nossos pensamentos para o poder que é por nós antes que ele nos fale do poder que é contra nós. Para combater esses astutos enganos, devemos estar “fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder”. Se quisermos ser vencedores nesta batalha espiritual, devemos entender que só o poderemos ser na força e pelo poder do Senhor. É o “Seu poder”, não o nosso, que nos fará prevalecer. A força humana não será de proveito nesta batalha (1 Sm 2:9). “Não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6). Estamos muito agradecidos por saber que o poder de Deus é maior do que o do inimigo (1 Jo 4:4).
                   Só estaremos “fortalecidos no Senhor” quando vivermos praticamente sob o Senhorio de Cristo. Isso significa que devemos reconhecer a autoridade do Senhor em todos os aspectos de nossas vidas. Não podemos esperar ter Seu poder em nossas vidas, se vivemos sem referência a Ele. Seremos presas aos enganos do inimigo porque subestimamos o poder de Satanás, e superestimamos o nosso próprio (Sl 118:8; Lc 14:31). Consequentemente, não usamos a armadura como deveríamos e somos enganados em algo que finalmente nos distrai da nossa porção espiritual em Cristo. Isso é ilustrado tipicamente em Josué 7, na batalha de “Ai”.

A Batalha Cristã (Capítulo 6:10-20)


A Batalha Cristã (Capítulo 6:10-20)

                   Antes de encerrar a epístola, o apóstolo nos lembra de que temos um inimigo espiritual no mesmo reino onde estamos “assentados” (cap. 2:6) e onde nossas “bênçãos espirituais” estão (cap. 1:3) – “nos lugares celestiais” (cap. 6:12). Satanás e seus emissários estão lá naquele reino de atividade espiritual fazendo tudo o que podem para estragar o nosso gozo de Cristo e de nossas bênçãos espirituais n’Ele. Um poderoso adversário, de fato, está armado contra nós, mas Deus fez uma provisão completa para nós contra aquele astuto inimigo com “toda armadura de Deus”. Se a usarmos, estaremos habilitados, pelo poder de Deus, a viver em gozo ininterrupto daquelas coisas que são nossas.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Senhores


Senhores

Cap. 6:9 – O apóstolo tem um aviso para os “senhores” Cristãos. Eles devem se lembrar de que têm um “Senhor” no céu que está observando todas as coisas, e, se necessário, agirá de uma maneira governamental contra um senhor injusto na Terra. Filemom seria um exemplo na Escritura de um senhor Cristão.

                   Como mencionado, as exortações aqui têm sua aplicação para aqueles que são empregadores. Um tremendo testemunho pode ser rendido ao Senhor quando as pessoas vêm um senhor Cristão tratando seus empregados com amor, cuidado e dignidade. A tentativa de aumentar a produção usando “ameaças” aos empregados não é um princípio Cristão, e devem evitar usar tal tática. Empregadores Cristãos precisam se lembrar de que eles também estão debaixo de autoridade e por fim terão de responder a Deus sobre como eles trataram seus empregados. Se eles se comportarem erroneamente redundará em um mal testemunho para o Senhor.

Servos

Servos


Capítulo 6:5-8 – “Servos” deveria ser traduzido “escravos”. As instruções aqui são para os dessa classe que tinham sido salvos. Consequentemente, eles eram escravos Cristãos. Enquanto os relacionamentos prévios de esposas/maridos, e filhos/pais são ordenações de Deus, esta posição em vida não é uma instituição de Deus. Isso aconteceu pela queda do homem. Era uma instituição humana forçada sobre seu parceiro por razões injustas. Deus nunca instituiu que alguém devesse ser escravo de outro homem.
                   É significativo que Paulo não tenta acertar esse relacionamento senhores/escravos feito pelo homem. Cristianismo não é uma tentativa de reformar a sociedade com uma revolução contra essa terrível instituição do homem. Paulo não pediu aos santos para fazerem campanha contra isso, ou dissolverem tais relacionamentos se eles estivessem neles. Isto é porque o evangelho não é uma força para consertar o mundo; o evangelho chama para fora a todos os que têm fé antes que o julgamento de Deus caia sobre o mundo. O evangelho proclama libertação, não das injustiças da sociedade, mas do pecado e do julgamento. Promete a obra do “poder de Deus” nas vidas daqueles que creem, libertando-os do domínio do pecado (Rm 1:16).
                   Podemos nos perguntar como uma passagem como essa teria alguma relevância para nós, em pleno século 21 onde a escravidão foi abolida há muito tempo. Contudo, as exortações aqui têm sua aplicação aos Cristãos no local de trabalho. Quando trabalhamos como empregados, em princípio, estamos no lugar de um servo, servindo nosso senhor, o empregador. Portanto, estas instruções se aplicam quando estamos neste relacionamento.
                   O ponto fundamental do apóstolo nestas instruções é que ambos, servos e senhores, devem regular suas condutas pelo padrão e princípios Cristãos no local de trabalho. Cristianismo encoraja glorificar a Deus e servir ao Senhor no lugar onde nós fomos chamados (1 Co 7:17-24). O local de trabalho é uma tremenda oportunidade para dar testemunho de Cristo por meio de nossos hábitos de trabalho, nossa maneira de viver e nossa obediência a nossos empregadores terrenais. Portanto, Paulo queria que servíssemos aos senhores em nosso local de trabalho “como servos de Cristo”. O trabalho é imensamente dignificante, considerando o nosso trabalho desse modo. A tarefa do trabalhador mais humilde pode ser enobrecida pela compreensão de que estamos realmente “servindo de boa vontade como ao Senhor”.
                   Atitude apropriada no campo do trabalho entre Cristãos requer, da parte de servos e senhores, o reconhecimento da autoridade constituída. O dever dos servos é obediência. Não “servindo à vista” ou “como para agradar aos homens”. Servir à vista é trabalhar quando estamos sendo vistos, mas caso contrário, ficar ociosos ou descuidados quando o senhor está ausente. Agradar aos homens define aqueles que buscam obter favores com seus senhores visando vantagem própria. Estas coisas, claro, somente estragam nosso testemunho Cristão perante o mundo.

Pais


Pais

Cap. 6:4 – “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos”. Os pais precisam, particularmente, ter o cuidado de não frustrar seus filhos, impondo obrigações extremas a eles e, assim, destruir sua influência para o bem e perder a suas afeições. Os filhos podem ficar “desanimados” e desistir. (Cl 3:21). Quando ficarem mais velhos, suas frustrações podem se manifestar em rebeldia contra tudo que seus pais tenham procurado incutir neles.
                   O trabalho dos pais é de encorajar seus filhos, e não os desencorajar. Eles devem ser criados “na doutrina [disciplina – ARA] e admoestação do Senhor” (v. 4) Há duas coisas aqui. “Disciplina” e “admoestação”. Uma é positiva e a outra negativa. Disciplina neste versículo não é punição, mas a ideia de treinar ou discipular os filhos. Pais devem trabalhar com eles, criando-os para serem discípulos do Senhor Jesus. Admoestação tem o pensamento de corrigir, mas é para ser “do Senhor”. Isto é, no mesmo caráter como o Senhor nos admoesta e corrige. Isso coloca as coisas no lar Cristão em um nível muito alto e está de acordo com o caráter da epístola.

Filhos



Filhos

Cap. 6:1-3 – Como a epístola não vê o testemunho Cristão em ruína, ela vê o lar Cristão em uma ordem piedosa. O lugar dos filhos no lar é de “obedecer” a seus pais. É apresentado como o caminho da bênção prática em suas vidas. Nota: é dito, “pais” (plural); isso supõe que tanto o pai quanto a mãe estão concordes em suas instruções no lar. Há uma tendência de os filhos obedecerem a seu pai (talvez por medo), mas não à sua mãe; portanto, eles são intimados a obedecer a ambos os pais. O fato de adicionar as palavras “no Senhor” supõe que ele está se dirigindo a filhos crentes que naturalmente querem agradar o Senhor.
                   “Honra a teu pai e a tua mãe”. Esta é uma obrigação que se estende além de uma criança na casa de seu pai. Honrar a nossos pais deve ser algo contínuo ao longo de nossas vidas, mesmo quando não vivemos diretamente sob a autoridade deles. Há uma recompensa prática em se honrar nossos pais, no sentido de Deus estar trabalhando providencialmente em nossas vidas para o bem. Paulo não está dizendo que cada criança Cristã que obedece a seus pais vai viver muito nesta Terra, mas ele se refere ao princípio do governo de Deus na lei Mosaica que promete Seu favor providencial na vida daqueles que honram a seus pais. Deus ainda hoje trabalha sob esse princípio nos lares Cristãos.

Três Razões para Obediência e Honra aos Pais

  • Isto é justo (v. 1).
  • Está de acordo com as Escrituras (v. 2).
  • Há uma promessa de bênção governamental (v. 3).


Maridos



Maridos

Cap. 5:25-33 – Como mencionado, homens são mais propensos que a mulher a falhar em afeição, portanto, maridos são exortados: “amai vossas mulheres”. O primeiro passo repousa sobre o marido. Cristo é o exemplo. Ele tomou a iniciativa da maneira mais maravilhosa. É dito, “Como também Cristo amou a Igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela”. Ele não deu dinheiro ou posses; Ele Se deu “a Si mesmo” (Gl 1:4; Ef 5:2, 25; 1 Tm 2:5-6; Tt 2:14). Ele não poderia ter dado mais. Esta é a maior demonstração de sacrifício próprio que poderia haver. Já que os maridos devem amar suas esposas “como” Cristo amou a Igreja, eles devem expressar seu amor não só em palavras, mas também sacrificando seus próprios interesses para o bem e auxílio de sua esposa. Um casamento pode ser feito no céu (como alguns falam,), mas a sua manutenção é feita na Terra – e isso começa com os maridos amando suas mulheres.
                   A palavra grega usada aqui para amor é “ágape”. É um amor que emana de uma disposição estabelecida; é uma escolha ou uma decisão estabelecida. A palavra usada aqui para “amor” não é “phileo”, como talvez pudéssemos pensar, que é um amor de afeição e emoção. Ágape é o tipo de amor necessário para um casamento duradouro. Certamente o marido deve amar sua esposa com emoção e afeição, como é em “phileo”, mas o amor ágape é o que é necessário para levar o casamento à distância de uma vida. A esposa pode mudar conforme envelhece, mas a escolha do seu marido de amá-la continuará para sempre.
                   Ágape é o tipo de “amor” que o Senhor tem por nós. Ele escolheu colocar Seu amor em nós quando naturalmente não havia nada em nós para amar (Rm 5:8). Foi uma escolha soberana d’Ele. (Compare também o amor do Senhor por Israel – Dt 7:7-8; Ez 16:6-14). Nota: Ele não fez a Igreja digna de ser amada, para então a amar e Se dar a Si mesmo por ela – Seu amor e Sua entrega foram antes de nos salvar! O propósito do sacrifício de Cristo não era para assegurar o amor de Deus para com os homens, pois Deus nos amou muito antes de Cristo ter morrido por nós. De fato, Deus agir em amor para com os homens foi provado pelo sacrifício de Cristo. Este é o tipo de amor que é necessário para um casamento duradouro.
                   O “amor” de Cristo pela a Igreja é tripartido. Há o que Seu amor fez no passado (v. 25), o que Seu amor está fazendo no presente (v. 26), e o que Seu amor fará no futuro (v. 27). Seu amor por nós no passado O levou a Se entregar Si mesmo à morte para fazer expiação por nossas almas. No tempo presente, Ele está pacientemente trabalhando com os membros de Seu corpo para os “santificar” e “purificar” com a “lavagem da água, pela Palavra”. Derramando Seu sangue na morte, nos limpou num sentido judicial (1 Jo 1:7; Ap 1:5-6), mas com a água da Palavra está purificando nosso andar num sentido prático. A “Palavra” descobre para nós o que somos e nos leva ao julgamento próprio (Jo 17:17) e nos ocupa com Cristo em glória (Jo 17:19). Estas duas coisas são o poder para nossa purificação prática. Então, no futuro, o Senhor vai “apresentar” a Igreja a Si mesmo. Isto acontecerá na “ceia das bodas do Cordeiro” (Ap 19:7-9). Ele apresentará a Igreja a Si mesmo antes de apresentá-la ao mundo na Sua Aparição (2 Ts 1:10).
                   Não devemos deduzir disso que os maridos devam empreender um projeto de purificação e santificação das suas esposas, no sentido de tentar mudá-las e moldá-las em algo que elas não são. O modelo de Cristo e Seu amor é apresentado aqui como um exemplo, aos maridos, da profundidade de Sua devoção à Igreja. Nós, como maridos, devemos ter esse mesmo amor e cuidado para com nossas esposas.
                   O Senhor não ficará satisfeito até a Igreja estar perfeitamente adequada a Si mesmo. Paulo menciona quatro coisas que Sua obra fez e produzirá em nós (v. 27) No final, nós seremos “a Igreja gloriosa”:

  • “Sem mácula” – sem manchas. Máculas na Escritura referem-se a falhas. Naquele dia, nenhum vestígio de falha será visto na Igreja.
  • “Sem ruga” – sem idade. Não haverá sinais de envelhecimento. Todos seremos “semelhantes” ao Senhor, moralmente (1 Jo 3:2) e fisicamente (Fp 3:21). Ele estará no “orvalho” de Sua mocidade e nós estaremos também (Sl 110:3)
  • “Santa” – sem pecado. A natureza caída será erradicada, e nós nunca mais pecaremos.
  • “Irrepreensível” – inculpável. O mundo não será capaz de apontar com justiça um dedo de acusação para nós, pois seremos perfeitos por meio de Sua incomparável graça.

                   Vs. 29-30 – AIBB – Nutrir tem o sentido de alimentar e fortalecer, e isso pode sugerir que devamos gozar da verdade com nossas esposas enquanto estudamos a Palavra de Deus juntos. Prezar implica sério cuidado, amor, e consideração. Essas coisas fazem um casamento feliz. É fácil perceber que se o marido dá a sua esposa o devido amor, ela não terá muita dificuldade em ser submissa a ele.

Um Sétuplo Resumo da Grande Obra de Cristo para Assegurar a Igreja para Si

A iniciativa sétupla de Cristo para a Igreja, indicando Sua devoção completa para o bem estar dela é algo progressivo. Ele:
  • 1)      “amou” (v. 25).
  • 2)      “entregou” (v. 25).
  • 3)      “santifica” (v. 26).
  • 4)      “purifica” (v. 26).
  • 5)      “nutre” (v. 29 – AIBB).
  • 6)      “preza” (v. 29 – AIBB).
  • 7)      “apresentará” a Igreja a Si mesmo (v. 27).


Esposas


Esposas


Cap. 5:22-24 – Em relação aos maridos e esposas, Hamilton Smith disse, “Estas exortações especiais sempre têm em vista a característica particular em que o indivíduo abordado provavelmente falhará. A mulher é passível de falhar quanto à submissão, e é, portanto, lembrada de que o marido é a cabeça da esposa, e que seu lugar é de estar “sujeita”. O homem é mais propenso a falhar quanto à afeição do que a mulher. Portanto, maridos são exortados: “amai” suas esposas.
                   Para enfatizar o caráter de submissão que precisamos, Paulo aponta a “Cristo e a Igreja” como modelo (v. 32). No Cristianismo, nossos relacionamentos terrenais são formados segundo o padrão de nossos relacionamentos celestiais. Nós vemos a partir disso que Deus pretende que o efeito prático da verdade do Mistério seja aplicado nas relações pessoais em nossos lares.
                   “Esposas” devem ser “sujeitas” (ATB) aos seus maridos “como ao Senhor”. Não lhes é dito para obedecer, como é no caso das crianças (cap. 6:1), porque elas têm um relacionamento diferente com o cabeça do lar. Pode ser argumentado que Sara “obedeceu” a Abraão, mas ela não estava no terreno Cristão naquela velha economia (1 Pe 3:6). Ela também o chamou de “senhor”, mas, de novo, não significa que esposas Cristãs devem chamar seus maridos de “senhor”. Sara é trazida diante de nós na epístola de Pedro para ilustrar a reverência que esposas Cristãs devem ter para com seus maridos.
                   Como a Igreja está “sujeita a Cristo”, assim a esposa deve estar sujeita a seu marido. Deve ser mantido em mente que a verdade dada aqui, a respeito do marido e da mulher, está de acordo com o que é encontrado em toda a epístola, naquilo que é o ideal de Deus. Como mencionado antes, a epístola não leva em conta a ruína do testemunho Cristão – seja na realização da verdade do um só corpo na prática, ou no nosso andar particular com o Senhor por este mundo, ou ainda em nossos relacionamentos terrenais em nossos lares. Tudo é apresentado de acordo com o desejo de Deus. Nós mencionamos isso porque a Igreja, neste dia de ruína, não está em submissão a Cristo. Se as irmãs forem se comportar em relação a seus maridos “como” a Igreja faz em relação Cristo neste dia, elas seriam insubmissas e rebeldes! Mas isso seria perder o foco desta exortação.
                   Uma esposa pode reclamar que seu marido é um homem grosseiro e bastante incompetente. E pode até ser o caso, mas isso não dá permissão para ela colocar de lado a ordem divina no lar. É importante que ela permaneça sujeita a ele porque o lugar dela ilustra a posição em que a Igreja está em relação a Cristo. Uma esposa insubmissa descaracteriza a figura.
                   Algumas esposas podem compreensivelmente ter dificuldade com o comentário de Paulo sobre ser sujeita a seus maridos “em tudo” (v. 24). E se ele pedir para ela fazer algo que é claramente errado – talvez mentir ou roubar algo? Mais uma vez ressaltamos que Efésios não contempla a Igreja em falha e, portanto, não supõe o marido ou a esposa fazendo qualquer coisa senão o que é normal ao Cristianismo – o que está totalmente acima do pecado. Colossenses 3:18 qualifica a submissão da esposa, dizendo: “Como convém no Senhor”. É para ela fazer tudo que ele pede, mas como convém no Senhor. Pecar porque seu marido fala para ela assim fazer está fora de questão.

Andar digno de nossa chamada em nossos lares


ANDAR DIGNO DE NOSSA CHAMADA EM NOSSOS LARES
(Cap. 5:22-6:9)

As exortações no capítulo 5:18-21 eram direcionadas para todos os crentes, mas nesta parte da epístola temos exortações referentes àqueles em relacionamentos especiais no lar Cristão. As exortações que agora estão perante nós correspondem com o terceiro círculo da responsabilidade Cristã no capítulo 4:6 – “um só Deus e Pai de todos, O qual é sobre todos, e por todos e em todos”. Estas exortações têm a ver com nosso andar em conexão com nossos relacionamentos naturais e terrenais, no ambiente doméstico. Deus estabeleceu estes relacionamentos muito antes de o Cristianismo ter entrado neste mundo, mas nesta epístola o apóstolo Paulo dá o sentido e o significado Cristão desses relacionamentos.

                   Submissão é a tema ao longo desta passagem inteira. Isso é porque as esposas são exortadas antes dos maridos, e os filhos antes dos pais, e servos antes dos senhores. O Espírito de Deus propositadamente colocou desta forma para dar valor a este grande e importante princípio de submissão. J. N. Darby disse: “Submissão é o princípio de cura da humanidade.” É bom mantermos isso em mente quando olhamos para esses vários relacionamentos no lar.

domingo, 12 de agosto de 2018

Uma evidência tripla de estar cheios do Espírito Santo


UMA EVIDÊNCIA TRIPLA DE ESTAR CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO
  • Nós temos um espírito alegre no “Senhor” (v. 19).
  • Nós temos um espírito grato a “Deus, o Pai” (v. 20 - AIBB).
  • Nós temos um espírito submisso “uns aos outros” (v. 21).


                   Concluindo, se é para manifestar uma mudança de caráter em nossas vidas, devemos ter as duas coisas que Paulo menciona no começo e fim dessa seção. Nós precisamos estar “instruídos n’Ele, como está a verdade em Jesus” (cap. 4:21 - ATB) e estar cheios “do Espírito” (cap. 5:18). Em outras palavras, devemos ter a vida perfeita do Senhor Jesus perante nossas almas, como nosso modelo, e andar no poder do Espírito não entristecido de Deus (cap. 4:30). O primeiro diz respeito à necessidade de ter um objeto correto para nossos corações e o segundo está em relação a ter um exercício moral para andar no Espírito.


Andar em sabedoria

Andar em Sabedoria


Cap. 5:15-22 – O apóstolo passa a falar da necessidade de andar em sabedoria. Ele diz: “Portanto, vede prudentemente [cuidadosamente – ATB] como andais, não como néscios, mas como sábios”. Nossa sabedoria será vista em “Remindo o tempo [as oportunidades – AIBB] e andando na “vontade do Senhor”. Paulo dá a razão para isso: “porquanto os dias são maus”. A sabedoria nos incumbiria de aproveitar cada oportunidade para obter um entendimento do que “seja a vontade do Senhor”, que essencialmente é a verdade, e é revelada no Mistério em sua aplicação prática. Ele quer que conheçamos Sua vontade para que possamos inteligentemente promover a “dispensação de Deus” (ATB) neste presente tempo (1 Tm 1:4). Não só devemos aproveitar as oportunidades para aprender a verdade, mas também para servir o Senhor. Uma vez que são poucas as oportunidades de trazer homens à luz, devemos aproveitar cada ocasião que surge e usá-la com sabedoria.
                   V. 18 – Paulo avisa que se descuidadamente deixarmos passar tais oportunidades, nossas vidas podem ser rapidamente desperdiçadas na busca de coisas terrenas e mundanas, que não têm qualquer valor eterno. Há um real perigo de intoxicação com essas coisas ao ponto de perdermos nosso discernimento. O caso extremo de mundanismo é de se embriagar “com vinho, em que há contenda”. Em contraste com isso, ele nos exorta a nos encher “do Espírito”. O apóstolo quer que notemos que, assim como uma pessoa embriagada está totalmente sob o controle do álcool que está dentro dele – o que fica evidente pelas suas ações – assim também o crente deveria estar sob o controle do Espírito de Deus que habita nele – e isso ficará evidente em sua vida.
                   Estar “cheio” do Espírito (cap. 5:18) não é o mesmo de ser “selado” com o Espírito (cap. 1:13). Todos os Cristãos são selados com o Espírito, mas nem todos os Cristãos estão cheios do Espírito. Isso porque uma coisa é ter o Espírito Santo habitando em nós e outra, completamente diferente, é Ele estar enchendo-nos e assim nos controlando cada movimento de nossas vidas. Um crente é selado uma vez, quando crê no evangelho da sua salvação, mas ele pode ser cheio muitas vezes. Não há exortação nas Escrituras para ser selado com o Espírito, mas há a exortação de nos enchermos com aqu’Ela divina Pessoa. Isso não significa que precisamos ter mais do Espírito (porque Deus não dá o Seu Espírito “por medida” Jo 3:34), mas sim que o Espírito precisa ter mais de nós. Precisamos ser mais permissivos a Ele, e deixá-Lo encher e controlar cada aspecto de nossas vidas. Isso envolve uma condição de entrega suprema a Cristo como Senhor.
                   Temos exemplos de discípulos, no início da Igreja, sendo cheios com o Espírito, como registrado no livro de Atos (At 2:4, 4:8, 31, 7:55, 13:9), e podemos estar inclinados a pensar que isso é uma experiência excepcional e acima de qualquer coisa que poderíamos esperar hoje em dia. Mas é evidente, nesse versículo 18, que é algo que deveríamos desejar e focar na nossa vida Cristã. Definitivamente isto está ao alcance de cada Cristão, de outra forma, não haveria essa exortação.
                   Vs. 19-21 – Quando um Cristão está “cheio do Espírito”, será encontrado regozijando-se e falando com os outros com “salmos e hinos, e cânticos espirituais” (v. 19). Estes são três diferentes tipos de composições Cristãs que expressam pensamentos e sentimentos espirituais no que diz respeito ao Senhor, à verdade e ao caminho que trilhamos.
                   “Salmos” não são, como alguns Cristãos pensam, os Salmos do Velho Testamento. Se fossem eles, o Espirito de Deus teria acrescentado o artigo “os” antes da palavra “Salmos”, como faz em outras passagens da Escritura quando Se refere a eles (Lc 24:44; At 13:33). Estes salmos são composições que são baseadas em experiências Cristãs, pelas quais passamos por andar com o Senhor.
                   Os Salmos do Velho Testamento são composições judaicas expressando experiências e sentimentos judaicos; não estão num cenário Cristão e não transmitem corretamente conhecimento e sentimentos Cristãos. Por exemplo, o nome do Pai, que é característico do Cristianismo, não é conhecido neles. Por isso, a vida eterna não está em vista nos Salmos. Além disso, a obra consumada de Cristo não é conhecida nos Salmos, nem a aceitação do crente em Cristo diante de Deus pela habitação do Espírito. Os Salmos do Velho Testamento não retratam os sentimentos de alguém que tem uma consciência purificada e conhece a paz com Deus.
                   Consequentemente, eles são compostos com um elemento de temor do julgamento de Deus, apesar de terem fé. Além disso, a esperança nos Salmos não está no céu, mas em viver na Terra no reino do Messias de Israel. (Sl 25:13, 37:9, 11, 29, 34 etc.). A adoração também é a de uma ordem judaica, num templo terrenal; a posição de um Cristão adorando dentro do véu é totalmente desconhecida neles. Além do que o clamor, em muitas das orações nos Salmos, é para vingança sobre seus inimigos, o que não é a atitude de um Cristão que bendiz aqueles que o maldizem e ora por aqueles que o maltratam. Os Salmos do Velho Testamento não são para serem lidos como a expressão dos pensamentos e experiências Cristãs normais. Podemos lê-los para obter um entendimento das circunstâncias do remanescente judeu na Tribulação vindoura, e também podemos coletar princípios morais de Deus neles, que são aplicáveis aos santos de todas as épocas.
                   “Hinos” são composições que expressam adoração e se dirigem a Deus, o Pai, e ao Senhor Jesus Cristo diretamente. Estes podem tomar a forma de orações.
                   “Cânticos espirituais” são composições que contêm verdades espirituais de acordo com a revelação Cristã, pelas quais somos instruídos e exortados no caminho Cristão. Eles podem agir “ensinando-vos” algum aspecto da verdade ou “admoestando-vos” quanto a algum ponto prático da vida Cristã (Cl 3:16).
                   O estar cheio “com o Espírito” não só é evidenciado em Cristãos “cantando e salmodiando” com seus corações (v. 19), mas também ao serem encontrados “dando graças” em todas as circunstâncias em que se encontram (v. 20). Também se manifestará quando alegremente estiverem se “sujeitando” uns aos outros e andando juntos em unidade (v. 21).