terça-feira, 31 de julho de 2018

A VIVIFICAÇÃO, SELO E O PENHOR DO ESPÍRITO SANTO


A VIVIFICAÇÃO, SELO E O PENHOR DO ESPÍRITO SANTO

3) O apóstolo então se regozija na obra do Espírito Santo que tem nos possibilitado conhecer e gozar estas coisas antes que o grande plano de Deus, de publicamente glorificar Seu Filho, se cumpra. (vs. 13-14).
                   V. 13 – O Homem exaltado à destra de Deus não somente trará o universo à conformidade com Deus no dia vindouro, como também Ele está trazendo agora crentes à conformidade com a Divindade, por meio das operações do Espírito Santo. Paulo diz, “Depois que ouvistes a Palavra da verdade”. O “ouvir” aqui se refere ao começo da obra de Deus no homem. A Palavra de Deus penetra na alma e lhe concede vida e assim cria uma capacidade espiritual na pessoa pelo poder vivificador do Espírito. Ele agora está sintonizado com a voz do Filho de Deus e tendo a capacidade de receber comunicações divinas. (Jo 5:25, 8:47; Pv 20:12; Rm 10:17). Paulo continua dizendo, “Tendo n’Ele também crido. Além de ouvir, há a necessidade, por parte do indivíduo, de crer na mensagem do “evangelho da vossa salvação”. Isto se refere à pessoa entendendo e descansando em fé na obra consumada de Cristo, sobre a qual ele é selado “com o Espírito Santo da promessa”. Isso se refere ao Espírito Santo vindo para habitar no crente (Jo 14:17; 1 Ts 4:8; Tg 4:5; 1 Jo 3:24, 4:13). O selo do Espírito dá ao crente a certeza em sua alma que ele é verdadeiramente salvo.            Note que a pessoa é habitada com o Espírito, não como resultado de ser vivificada, mas como resultado de ter crido no evangelho da sua salvação. Vivificar é o começo da obra de Deus numa alma; selar é a finalização daquela obra, por meio do qual a pessoa é colocada na posição Cristã completa perante Deus (Rm 8:9). Como J. N. Darby e outros apontaram, há um intervalo de tempo entre esses dois eventos nos crentes, variando de segundos a anos, dependendo das circunstâncias da sua história pessoal.
                   V. 14 – Uma perspectiva maravilhosa está perante nós no dia vindouro de manifestação (o Milênio). Mas Deus não nos faria esperar até lá para nos dar a conhecer e gozar dessas coisas. Logo, o Espírito Santo, que veio habitar em nós, trabalha com esse propósito como o “penhor da nossa herança”. Esse é um aspecto ligeiramente diferente do trabalho do Espírito no crente. A selagem do Espírito nos faz saber que pertencemos a Ele; o penhor do Espírito nos faz saber que temos coisas que pertencem a nós mesmos. O selo é para a certeza de nossa salvação; o penhor é para o gozo da nossa porção em Cristo, antes mesmo de estarmos com Ele no estado glorificado.
                   Paulo indica aqui que a herança (a criação material) foi “comprada” na cruz (Hb 2:9 – “provasse a morte por cada coisa” – JND), mas ela está atualmente aguardando “redenção”. Isso mostra que a compra e redenção não são a mesma coisa. Redenção inclui, mas vai além de comprar, para também “libertar”. A herança está atualmente sob a escravidão da corrupção (Rm 8:20-23) e está nas mãos de Satanás e homens maus (1 Jo 5:19). Quando o Senhor vier para resgatar a criação que está gemendo, na Sua Aparição, subjulgará cada poder adversário e a libertará para o propósito para o qual foi planejada (Ap 11:15). Isso também é “para o louvor da Sua glória”.
                   Mas note que a frase “da Sua graça” (v. 6) não é encontrada aqui porque o assunto é a libertação da criação que agora geme. Esta não pecou como nós e, portanto, não necessita de Sua graça agindo em seu favor, do modo como humanos necessitam. A criação, que agora geme, precisa de Seu poder em redenção, não de Sua graça em redenção.
                   Portanto, nesses versículos temos três grandes coisas no Espírito e pelo Espírito Santo: Ele nos vivificou (“ouvistes”), Ele nos selou (“fostes selados”) (v. 13), e Ele é o “penhor” de nossa herança. (v. 14)

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                   Ao revisar estas coisas, aprendemos que aqueles que compõem este novo vaso da feitura de Deus (a Igreja) têm:

  • O lugar de filhos perante “o Pai”, que os santos do Velho Testamento e do Milênio não têm (vs. 4-7).
  • União no corpo de “Cristo” e a perspectiva de reinar com Ele sobre a herança, que aqueles de outras épocas não têm (vs. 8-12).
  • A habitação do “Espírito Santo”, a qual todos os outros santos não têm (vs. 13-14).


                   Portanto, é um tremendo privilégio fazer parte desta companhia especial de santos que foi selecionada para esse tal propósito.

sábado, 28 de julho de 2018

O PROPÓSITO E CONSELHO DE DEUS

O PROPÓSITO E CONSELHO DE DEUS

Este grande plano de publicamente glorificar Cristo no mundo vindouro com e pelo Seu eterno complemento (a Igreja) é “conforme o propósito daqu’Ele que faz todas as coisas, segundo o conselho da Sua vontade”. Temos duas coisas aqui: “propósito” e “conselho”. Propósito é a intenção da vontade de Deus e conselho é a sabedoria que Ele emprega para realizá-lo. Propósito é o objetivo que Deus tem perante Si, e Pessoas divinas tomaram conselho quanto a como o propósito deveria ser assegurado, e os “caminhos” de Deus (Rm 11:33) estão trazendo tudo isto a efeito. Os professores bíblicos e os escritores de hinos frequentemente usam esses termos no plural, isto é, “os propósitos” e “os conselhos” de Deus, mas a Escritura nunca os menciona assim – eles são sempre mencionados no singular. Deus tem um “propósito”, que é glorificar Seu Filho e Seu “conselho” é sempre um em fazer isso acontecer.
V. 12 – A revelação do grande propósito de Deus será vista por todos no dia Milenar vindouro e redundará “para louvor da Sua glória” (v. 12). Quando os homens virem o que a graça de Deus tiver primorosamente formado em Cristo, eles louvarão a Deus pelo Seu grande e todo-sábio plano (Jo 17:23).
                   Hoje, os crentes dentre os judeus (“nós” – v. 12), que têm “pré-confiado” antes que um remanescente de Israel receba o Senhor como seu Messias, em um dia vindouro, e os crentes dentre os gentios (“vós” – v. 13), são preparados para compartilhar a bênção comum de fazer parte deste novo vaso celestial de testemunho – a Igreja.
Assim, nesses versos, Paulo tocou em três grandes coisas em relação a Cristo: temos “redenção” n’Ele (v. 7), nos foi dada a revelação do “mistério” n’Ele (vs. 8-10) e temos obtido “uma herança” n’Ele. (v. 11).

DOIS ASPECTOS DA HERANÇA


DOIS ASPECTOS DA HERANÇA


Existem dois aspectos da herança no Novo Testamento. Primeiramente, em 1 Pedro 1:4, que se refere às nossas bênçãos espirituais, que estão “reservadas no céu” (ARA) para nós. O Sr. Darby falou sobre esse aspecto da herança, como estando acima de nossas cabeças (nos celestiais), porque 1 Pedro é uma epístola do deserto e os santos são vistos como peregrinos na Terra. Este aspecto da herança tem sido traduzido em outro lugar como nossa “porção” em Cristo (Cl 1:12 – JND; At 26:18 – JND margem). Em Efésios, porém, a herança é a criação material. O Sr. Darby falou desse segundo aspecto como aquilo que se estende para de baixo de nossos pés. Nesta epístola somos vistos assentados nos lugares celestiais em Cristo (Ef 2:6), e tudo no universo está sob nós – até mesmo os seres angélicos (Ef 1:20-21).

HERDEIROS COM CRISTO


HERDEIROS COM CRISTO

Herdeiros com Cristo

2) Filiação em relação com o Pai não é tudo. O apóstolo passa a se regozijar no relacionamento que temos como co-herdeiros da herança com “Cristo”, na administração do mundo vindouro (vs. 8-12).
                   Vs. 8-10 – A intenção de Deus é que esta companhia favorecida de filhos (a Igreja) seja inteligente quanto ao Seu propósito eterno. Ele quer que saibamos o que Ele está fazendo neste mundo agora e o que fará no mundo vindouro – o Milênio. Portanto, “Ele tem feito abundar para conosco em toda a sabedoria e inteligência” (JND) e nos tem revelado “o mistério da Sua vontade”. Ele tem nos dado um discernimento especial quanto a Seu plano de manifestar publicamente a glória de Seu Filho no dia Milenar. Assim os Cristãos se tornaram depositários do conselho de Deus referente ao Seu propósito para aquele dia vindouro. Comunicar isto a nós também, é algo que é dito ser “segundo o (Seu) bom prazer”. Nossas bênçãos são mencionadas neste capítulo, mas a ênfase está do lado das coisas de Deus – isso é aquilo que Ele tem feito para o Seu próprio prazer e para a satisfação do Seu próprio coração. Assim, há duas coisas em particular neste capítulo que são de acordo com o Seu bom prazer:

  • É Seu “bom prazer” ter filhos em companhia diante d’Ele o mesmo lugar do Seu amado Filho, e abençoados com bênçãos especiais que outros em Sua família não têm (v. 5). Compare Gênesis 25:5-6.
  • É Seu “bom prazer” dar a Seus filhos uma percepção especial do Seu grande propósito em manifestar publicamente a glória de Seu Filho no mundo vindouro (vs. 8-10). Isso é algo que agora foi revelado no Mistério.


                   “O Mistério” é um segredo a respeito de Cristo e da Igreja, que Deus manteve oculto em Seu coração até que a redenção fosse realizada e o Espírito Santo fosse enviado para habitar nos crentes. Por isso, é algo que os santos do Velho Testamento não conheciam, porque, “o mistério” até agora (o Dia da Graça), “esteve oculto desde todos os séculos”. (Ef 3:5; Cl 1:26; Rm 16:25).
                   Paulo continua no versículo 10 para explicar o que exatamente está envolvido no Mistério. Ele diz que na “dispensação [administração] da plenitude dos tempos” (o Milênio), Deus propôs “encabeçar” todas as coisas no céu e na Terra sob “o Cristo”. “O Cristo” é uma expressão nos escritos de Paulo que se refere à união mística de Cristo, a Cabeça, e os membros do Seu corpo, pela habitação do Espírito Santo (1 Co 12:12-13 – JND). Ele fala do Mistério de duas maneiras na epístola. Quando é chamado de “o mistério da Sua vontade” (Ef 1:9), refere-se ao propósito de Deus de colocar todas as coisas sob a liderança de Cristo no dia milenar vindouro. Quando é chamado de “o mistério de o Cristo” (Ef 3:4 – JND, 5:32) está se referindo à união da Igreja com Cristo. O Velho Testamento fala de um Messias judeu que reinará sobre Israel, em um dia vindouro, com as nações gentias regozijando-se com eles (Sl 8, etc.). A revelação “do mistério” no Novo Testamento inclui, mas vai muito além disso, e desvenda o plano de Deus de ter o universo inteiro (o céu e a Terra) sob o reinado de Cristo. Ele também revela que Cristo teria um complemento (Sua noiva) ao Seu lado para engrandecer a manifestação da Sua glória (Jo 17:22-23; 2 Ts 1:10; Ap 21:9-22:5). Isto, como mencionado acima, é visto na expressão “o Cristo”. Além disso, o versículo 10 indica que não é intenção de Deus de ter os céus completamente apartados da Terra, como eles estão agora. Sua vontade é “encabeçar” a administração de todas as coisas, no céu e na Terra, sob o Cristo, para que houvesse um harmonioso sistema de glória celestial e terrestre sob Ele e Sua noiva.
                   V. 11 – A “herança” sobre a qual reinaremos com Cristo, é toda a criação – todas as coisas criadas. Ela não é enumerada entre nossas bênçãos espirituais, por serem coisas materiais. Nossa bênção, em conexão com a herança, é o fato de sermos herdeiros (Rm 8:17) – o direito e privilégio de reinar sobre todas as coisas criadas com Cristo em Seu reino glorioso.

                   Muitos Cristãos pensam, erroneamente, que nós somos a herança que foi dada a Cristo como possessão. É verdade que nós somos o dom do Pai para o Filho (Jo 17:2, 6, 9, 11, 12, 24), mas nós não somos a herança. Este versículo afirma claramente que a herança é dada a nós. Se é algo que nos é dado, então somos os herdeiros da herança. Uma esposa – que é o que estamos destinados a ser em relação a Cristo (Ap 19:7; 21:9) – não é contada entre as posses de um homem como um de seus bens.


sexta-feira, 27 de julho de 2018

FILIAÇÃO COM O PAI


FILIAÇÃO COM O PAI

1) O apóstolo se regozija pelo lugar que temos como filhos em relação “ao Pai” (vs. 4-7).
                   V. 4 – Deus nos “escolheu” para um lugar de “filiação” em Sua família.
                   Filiação é a mais elevada bênção individual conferida que uma criatura tem em relação a Deus. A frase “filhos de adoção” (KJV e as em português) deveria ser traduzida como “filiação” (v. 5). A palavra em grego significa “filho-lugar”, e se refere ao ato de Deus nos estabelecer perante Si mesmo no mesmo lugar do Seu próprio Filho. Não há lugar mais elevado do que esse! Nós estamos colocados nessa posição como uma presente bênção por meio da habitação do Espírito Santo (Gl 4:6; Rm 8:15).
                   Deus poderia ter nos colocado no lugar privilegiado dos anjos eleitos, ou mesmo nos ter elevado à eminente posição de um arcanjo, mas Ele escolheu nos dar um lugar muito mais exaltado e mais abençoado do que esse – Ele nos colocou no lugar do Seu próprio Filho! Filiação é uma posição na família de Deus que tem sido reservada para aqueles que são salvos durante este presente tempo, pelo chamado do evangelho, e selados com o Espírito Santo. Abraão, Isaque e Jacó, e todos os santos do Velho Testamento fazem parte da família de Deus como Suas crianças, e são maravilhosamente abençoados como tais, mas eles não têm este lugar favorecido de filhos (Gl 4:1-7). Como parte da família de Deus, os Cristãos são “crianças de Deus” (Rm 8:16), mas eles também são “filhos de Deus” (Rm 8:14).
                   Outra coisa que aprendemos com o regozijo de Paulo pelas nossas bênçãos em Cristo é que a filiação é algo para o qual Deus nos escolheu “antes da fundação do mundo”. Nós fomos “eleitos [escolhidos] e “predestinados” para o lugar mais próximo possível de relacionamento com Deus que uma criatura poderia ter! Escolhido (eleito) é ser selecionado (v. 4), e predestinado é para o que fomos selecionados (v. 5). O primeiro tem a ver com pessoas; o segundo tem a ver com o lugar que Deus tem para essas pessoas. Como Deus terá filhos diante d’Ele na posição de Seu próprio Filho, eles precisam estar em uma condição na qual eles sejam como Ele.
                   Deus é “santo” em Seu caráter, e “irrepreensível” em Seus caminhos. Portanto, Ele propôs ter crentes nessa mesma condição e nesse lugar de bênção.
                   Deus escolheu esta bênção de filiação para os crentes no Senhor Jesus Cristo “segundo o beneplácito [bom prazer – JND] de Sua vontade”. Assim, traz satisfação ao Seu coração o ter uma companhia de filhos diante d’Ele em glória com o Seu próprio Filho amado. Enquanto Deus abençoa todos os que são de Sua família, Ele é Soberano e pode conceder um favor especial a alguns em Sua família acima dos outros, se assim Ele quiser. Isto é o que Ele fez escolhendo os crentes da presente dispensação (Cristãos) para filiação. Existem quatro lugares principais nas Escrituras onde a filiação é mencionada; cada referência considera um aspecto diferente desta grande bênção Cristã:

  • Gálatas 4:1-7 enfatiza a posição privilegiada que temos acima de todos os outros na família de Deus.
  • Romanos 8:14-15 enfatiza a liberdade especial que temos diante de Deus, sendo capazes de nos dirigir a Ele intimamente clamando “Abba, Pai”. Essa é a mesma liberdade que o Senhor Jesus teve (Marcos 14:36).
  • Efésios 1:3-10 enfatiza as bênçãos e entendimento superiores que temos quanto ao propósito de Deus, que até o dia atual foi mantido em segredo no “Mistério”.
  • Hebreus 2:10-13 enfatiza a dignidade que temos, por meio de sendo identificado com Cristo, como Seus “irmãos” na raça da nova criação – Cristo sendo o Cabeça da raça, como o “Primogênito” (Ap 3:14; Rm 8:29; Cl 1:18).


A grande bênção da filiação é compartilhar:

  • O lugar de favor do Filho (Ef 1:6).
  • A vida do Filho – a vida eterna (Jo 17:2).
  • A liberdade do Filho diante do Pai (Rm 8:14-16).
  • A herança do Filho (Rm 8:17).
  • A glória do Filho (Rm 8:18; Jo 17:22).


                   Este lugar no qual estamos diante de Deus é uma posição de “favor no Amado” (v. 6 – JND). Nós temos isso por causa da nossa conexão com Cristo, o Filho do Seu amor (Cl 1:13). Isso vai além de ser “Aceito” (como a KJV traduz o versículo 6 ou “agradável” como a ARC) e denota possuir a afeição do Pai de uma maneira especial.
                   V. 7 - Além disso, essa grande bênção é baseada na obra de “redenção” de Cristo, que teve como resultado os crentes recebendo “a remissão das ofensas [o perdão dos pecados]”. O fato de a redenção ser mencionada no eterno propósito de Deus demonstra que a entrada do pecado e a queda do homem (Gn 3) não foram uma surpresa para Ele. Redenção, então, não é um “plano B” de Deus.
                   As “riquezas da Sua graça” (v. 7) enfatizam o quão baixo Ele desceu para nos salvar. A “glória da Sua graça” (v. 6) enfatiza o quão alto Ele chegou para nos colocar no lugar de Cristo. Não é surpresa que o apóstolo tenha dito: “Para louvor da glória da Sua graça”! (ATB) Estas duas coisas são ilustradas em Lucas 15, no pai recepcionando o seu filho. Cobrindo o pródigo com beijos ilustra “as riquezas da Sua graça” e vestindo-o com a melhor roupa, sandálias nos pés, anel na mão e dando-lhe um lugar de filho em sua casa ilustra “a glória da Sua graça”.
                   Portanto, nesses versículos temos três grandes coisas em relação ao Pai: Ele nos “elegeu [escolheu – ATB](v. 4), Ele nos “predestinou” (v. 5), e Ele nos “trouxe a favor” (JND) ao mesmo lugar do Seu próprio Filho amado (vs. 5-6).

NOSSAS BÊNÇÃOS CRISTÃS


NOSSAS BÊNÇÃOS CRISTÃS

(Cada uma delas está inseparavelmente ligada à nossa aceitação “em Cristo” – veja a tradução de J. N. Darby).
  • Redenção em Cristo Jesus (Rm 3:24).
  • Perdão dos pecados em Cristo – uma consciência purificada (Rm 4:7; Ef 4:32; Hb 9:14).
  • Justificação em Cristo Jesus (Rm 4:25-5:1; Gl 2:16-17).
  • O dom do Espírito em Cristo – unção, selo e penhor da herança do Espírito (Rm 5:5; 2 Co 1:21-22; Ef 1:13).
  • Reconciliação em Cristo Jesus – “aproximados” (Rm 5:10; Ef 2:13; Cl 1:21).
  • Santificação em Cristo Jesus (Rm 6:19; 1 Co 1:2).
  • Vida Eterna em Cristo Jesus (Rm 6:23; 2 Tm 1:1).
  • Libertação (Salvação) em Cristo Jesus (Rm 8:1-2).
  • Filiação em Cristo Jesus (Rm 8:14-15; Gl 3:26, 4:5-7).
  • Co-herança em Cristo (Rm 8:17; Ef 1:10-11; Gl. 3:29).
  • Nova criação em Cristo Jesus (Rm 8:29; Gl 6:15; 2 Co 5:17).
  • Membro do “um só corpo” em Cristo (Rm 12:5; 1 Co 12:12-13).


Essas bênçãos distintivas “em Cristo” pertencem somente aos crentes no Senhor Jesus Cristo – aqueles que compõem a Igreja de Deus, o corpo e noiva de Cristo. Os santos do Velho Testamento são abençoados por Deus, mas eles não possuem essas bênçãos Cristãs.
                   Como mencionado, a bendição de Paulo a Deus está relacionada com o Seu todo-sábio plano de glorificar Cristo. Ele menciona isso sob três cabeças em relação com as três Pessoas da Divindade (a Trindade) que propuseram este grande propósito eterno e Se aconselharam em fazê-lo acontecer no dia milenar. Cada seção termina com uma adequada nota de “louvor” (vs. 6, 12, 14).

O APÓSTOLO BENDIZ A DEUS


O APÓSTOLO BENDIZ A DEUS

Vs. 3-14 – O apóstolo bendiz ao trino Deus por Seu plano incrivelmente sábio para manifestar a glória de Seu Filho, no céu e na Terra, no mundo vindouro (o Milênio) pela a Igreja, a qual é o Seu corpo. Enquanto Paulo se regozija na bem-aventurança do grande propósito de Deus, temos o privilégio de ouvir e, assim aprender, quão ricamente somos abençoados em Cristo – o Homem que está no centro do propósito e conselho de Deus.
                   V. 3 – Paulo se dirige a Deus no duplo relacionamento que o Senhor Jesus tem com Ele, como “Deus” e “Pai”. As duas orações registradas na epístola, nos capítulos 1 e 3, coincidem com esses dois relacionamentos. A primeira oração é dirigida ao “Deus de nosso Senhor Jesus Cristo” (cap. 1:17) e a segunda oração é dirigida ao “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (cap. 3:14).
                   Paulo se regozija no fato que nós temos sido abençoados com “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”. Estas bênçãos são celestiais, espirituais e eternas, em contraste com as bênçãos de Israel, que eram terrenas, materiais e temporais. Paulo fala que nossas bênçãos espirituais estão “nos celestiais em Cristo” (JND). Isto não é um lugar, como a KJV e ARC sugerem, mas a esfera de atividade espiritual. Cada uma destas bênçãos do Cristianismo é uma possessão presente do crente. Não estamos esperando para nos apropriarmos delas; elas já são nossas. Isto é indicado no capítulo pelo uso repetitivo de verbos no tempo passado.
                   Além disso, Paulo disse que essas bênçãos Cristãs estão todas “em Cristo” – uma expressão usada muitas vezes nos primeiros três capítulos e que se refere à posição Cristã de aceitação perante Deus em Cristo – o Homem ressuscitado. Não é dito que os santos, nos tempos do Velho Testamento, antes da ressurreição e ascensão de Cristo, tinham esta posição exaltada diante de Deus. Estar “em Cristo” significa estar no lugar de Cristo diante de Deus. Consequentemente, a medida de Sua aceitação diante de Deus é a nossa! (1 Jo 4:17) O favor que repousa sobre Ele, é também o nosso, por conta de estarmos em Seu lugar. Não apenas a nossa posição está diante de Deus “em Cristo”, mas as nossas bênçãos também estão “em Cristo”.

A SAUDAÇÃO


A SAUDAÇÃO


Vs. 1-2 – Paulo inicia a epístola com sua saudação costumeira, se identificando como um “apóstolo de Cristo Jesus”.
                   Não é propriamente dirigida à uma assembleia, mas “aos santos e fiéis” (JND) que estão “em Éfeso” e, portanto, os outros servos não são associados com ele na saudação (Como regra, quando ele se dirigia à assembleias, outros eram incluídos na saudação de acordo com 2 Coríntios 13:1).
                   Aparentemente esta era uma carta circular que deveria ser passada entre os santos de toda aquela região (F. G. Patterson).
                   Depois da saudação, o capítulo é dividido em duas partes. Na primeira parte, o apóstolo é visto bendizendo a Deus (vs. 3-14). Na segunda, ele está rogando a Deus (vs. 15-23).

Cap. 1 - A REVELAÇÃO DO PROPÓSITO ETERNO DE DEUS PARA CRISTO E A IGREJA


A REVELAÇÃO DO PROPÓSITO ETERNO DE DEUS PARA CRISTO E A IGREJA

Capítulo 1

O grande assunto do capítulo 1 é o propósito eterno de Deus concernente à manifestação da glória de Cristo e da Igreja no mundo vindouro (o Milênio). O Espírito de Deus leva o apóstolo Paulo a revelar esta grande verdade da maneira mais peculiar. Contrariamente ao que suporíamos, ele não esquematiza o assunto, como um mestre com a sua capacidade normalmente faria, listando vários pontos de doutrina em uma apresentação ordenada da verdade. Em vez disso, o vemos agindo como um sacerdote. Somos permitidos ouvi-lo enquanto ele bendiz a Deus por Seu todo-sábio plano de glorificar Seu Filho com a Igreja, naquele dia vindouro de glória no reino, e também ouvi-lo rogar pelos santos para que entendam este grande plano e conheçam o lugar que eles têm nele com Cristo. Assim, o primeiro capítulo da epístola é realmente uma atribuição de louvor e oração por tão maravilhosa verdade ser comunicada a nós. É apropriado que tais sublimes verdades, que estão prestes a serem divulgadas nesta epístola, sejam comunicadas num tom sacerdotal e de adoração. Foram escritas nesse espírito e deveriam ser lidas nesse espírito.

DUAS PARTES DA EPÍSTOLA


DUAS PARTES DA EPÍSTOLA


Enquanto a verdade que Paulo apresenta nesta epístola é muito elevada, Deus pretende que ela seja extremamente prática. Há duas grandes divisões na epístola: capítulos 1-3 que são doutrinais, e capítulos 4-6 que são práticos. Uma vez que cada doutrina Cristã tem uma aplicação moral e prática na vida dos crentes, as exortações dadas nos últimos três capítulos estão baseadas nas doutrinas estabelecidas nos primeiros três capítulos.

DUAS VISÕES DIFERENTES DO HOMEM NA CARNE NAS EPÍSTOLAS DE PAULO


DUAS VISÕES DIFERENTES DO HOMEM NA CARNE NAS EPÍSTOLAS DE PAULO


A condição caída do homem é vista de duas maneiras diferentes nas epístolas de Paulo:

  • Em Efésios e Colossenses, o homem é visto como morto em seus pecados (Ef 2:1-3; Cl 2:13).
  • Em Romanos e Gálatas, o homem é visto como vivo em seus pecados (Rm 1:32; Gl 1:4).


                   Além disso, em Romanos, o próprio Cristo é visto como vivo na Terra, nascido da descendência de Davi segundo a carne, e declarado Filho de Deus (Rm 1:3-4). Enquanto que em Efésios e Colossenses, Cristo é visto como morto, e o poder de Deus tendo sido manifestado n’Ele, ressuscitando-O dentre os mortos e fazendo-O assentar à direita de Deus (Ef 1:19-21 –ATB; Cl 1:18, 2:12).

                   O remédio para a dupla condição caída do homem é encontrado em Cristo de duas maneiras – em Sua morte e em Sua ressurreição. Em Romanos o homem é visto como vivendo na Terra como um pecador culpado diante de Deus. Ele está tão afetado pela desordem de seus pecados, e sob o domínio de sua natureza pecaminosa, que não tem poder para deter o curso pecaminoso de sua vida. A maneira de Deus libertá-lo de sua condição lastimável é colocá-lo na morte. Esta é a linha da verdade desenvolvida em Romanos. A morte de Cristo é introduzida (e nossa identificação com ela) como o remédio para essa condição. Cristo morreu e derramou Seu sangue (Rm 3:25, 4:25, 5:6-8) para tirar os pecados do crente, e também para judicialmente pôr fim ao pecador diante de Deus, e assim quebrar sua ligação com essa condição em que ele vive (Rm 6:1-11; Gl 2:20). Mas em Efésios, o homem é visto como morto em delitos e pecados (Ef 2:1), e o remédio para ele é encontrado no poder de Deus, que ressuscitou Cristo de entre os mortos, e que age para vivificá-lo juntamente com Cristo (Ef 2:5). Assim, ele é liberto do estado de morte espiritual no qual ele estava preso. 

O DESENVOLVIMENTO DA VERDADE NAS EPÍSTOLAS


O DESENVOLVIMENTO DA VERDADE NAS EPÍSTOLAS

Com frequência se fala que a verdade mais exaltada em toda a Bíblia é encontrada na epístola aos Efésios. Há uma nítida progressão da verdade em conexão com nossa identificação com Cristo nas epístolas de Paulo. A saber: 





Morto
Crucificado
Gálatas



Sepultado
Morto
Crucificado
Romanos

Ressuscitado
Vivificado
Sepultado
Morto
Colossenses
Assentado
Ressussitado
Vivificado
Efésios









A epístola aos Efésios não apresenta Cristo como “crucificado”, “morto”, ou “sepultado”, como em Gálatas, Romanos e Colossenses. Ela começa desenvolvendo a verdade, a respeito de nossa identificação com Ele, do outro lado da morte, como “vivificado”, “ressuscitado”, e “assentado” n’Ele, nos lugares celestiais (Ef 2:6). A epístola enxerga o crente no terreno mais alto – com Cristo – e desvenda a mais vasta extensão de bênçãos que temos n’Ele.

O MISTÉRIO


O MISTÉRIO

“O mistério” é um segredo que Deus manteve escondido em Si mesmo “desde os séculos”, mas agora o fez conhecido pelas revelações especiais dadas ao apóstolo Paulo (Ef 3:4-5, 9; Cl 1:26; Rm 16:25). Revela o grande propósito de Deus em glorificar Seu Filho em duas esferas – no céu e na Terra, no mundo vindouro (o Milênio), pelo vaso de testemunho especialmente formado, a Igreja, que é a noiva e o corpo (místico) de Cristo.

O Mistério não é Cristo na Sua santa e gloriosa Pessoa, nem é Sua vida em perfeição como Ele caminhou neste mundo, nem é a Sua morte e ressurreição ou Sua vinda novamente (Sua Aparição) para reinar sobre este mundo. Estas coisas foram todas mencionadas no Velho Testamento e conhecidas por aqueles que estavam familiarizados com aquelas Escrituras. O Velho Testamento prenuncia um Messias judeu reinando sobre a Terra, com Israel e as nações gentias regozijando submissas a Ele. Além disso, o Mistério revela algo mais; quando Cristo reinar, Ele terá um complemento ao Seu lado – a Igreja, Seu corpo e Sua noiva. Deus usará esse vaso especial para realçar a glória de Cristo no dia vindouro de manifestação. Além disso, o Mistério revela que Cristo não somente reinará sobre a Terra, mas o universo inteiro estará sob a administração d’Ele e Sua noiva. Paulo disse aos anciãos de Éfeso, “Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20:27). Portanto, aqueles a quem ele estava escrevendo devem ter tido alguma introdução a essas coisas maravilhosas.

INTRODUÇÃO


A EPÍSTOLA DE PAULO AOS EFÉSIOS

Introdução


Para um crente ser estabelecido na revelação completa da verdade Cristã, ele necessitará de entendimento do que foi dado à Igreja no duplo ministério de Paulo. Em Romanos 16:25, Paulo fala destas duas coisas como sendo “o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo” e a “revelação do mistério”. O seu “evangelho e a pregação” é desvendado na epístola aos Romanos, e a “revelação do mistério” é desvendada em Efésios e Colossenses. O evangelho anuncia o que Deus tem para a bênção do homem, mas o Mistério revela o que há para o gozo de Deus em relação a Seu Filho.

ÍNDICE


A EPÍSTOLA DE PAULO AOS EFÉSIOS

O MISTÉRIO - Propósito de Deus no Tempo em Cristo e na Igreja

Bruce Anstey



INTRODUÇÃO
 O Mistério
 O desenvolvimento da verdade nas epístolas
 Duas visões diferentes do homem na carne 
 Duas partes da epístola

O ETERNO PROPÓSITO DE DEUS RELATIVO A CRISTO E A IGREJA - Capítulo 1
 A Saudação

O APÓSTOLO BENDIZ A DEUS
 Nossas bênçãos Cristãs
 Filiação com o Pai
 Herança com Cristo
 Dois aspectos da herança
 O propósito e o conselho de Deus
 Vivificado, selado, recebido o Penhor do Espírito

O APÓSTOLO ROGA A DEUS
 A esperança da Sua vocação
 As riquezas da glória da Sua herança
 A sobre excelente grandeza do Seu poder
 Eras e dispensações

A OBRA DE DEUS NA FORMAÇÃO DA IGREJA NO TEMPO - Capítulo 2
 Três condições insuperáveis vencidas pela misericórdia, amor e graça 
 Morte espiritual vencida
 Distância moral de Deus vencida
 Dissensão racial vencida
 Várias ligações na formação da Igreja
 Duas figuras da Igreja - o Corpo e a Casa

A MANEIRA DE DEUS FAZER CONHIDO O MISTÉRIO PELO APÓSTOLO PAULO - Capítulo 3
 A autoridade de Paulo para ensinar a verdade do Mistério
 O caráter único da bênção no evangelho
 A responsabilidade de Paulo em fazer conhecido o Mistério
 As duas administrações de Cristo em Efésios
 A oração de Paulo para conhecer o coração do Abençoador
 Algumas diferenças entre as orações nos capítulos 1 e 3
 As riquezas de Deus apresentadas em Efésios
 Resumo dos capítulos 1-3

ANDANDO COMO É DIGNO DE NOSSA VOCAÇÃO COMO MEMBROS DO CORPO DE CRISTO - Capítulo 4:1-16.
 Três esferas da responsabilidade Cristã
 Membros do corpo de Cristo
 Três círculos concêntricos
 A função dos dons para a edificação do corpo 
 Os exercícios necessários para andar de acordo com a verdade do um só corpo
 A verdade do um só corpo só pode ser praticada em um testemunho remanescente hoje

ANDANDO COMO É DIGNO DE NOSSA VOCAÇÃO SOB O SENHORIO DE CRISTO - Capítulo 4:17-5:21
 Caminhando em justiça e santidade
 Uma mudança de caráter
 O "velho homem" e o "novo homem"
 Exortações baseadas no "velho homem" sendo despido
 Andar em amor
 Andar na luz
 Andar em sabedoria
 Uma evidência tripla de estar cheio do Espírito Santo

ANDANDO COMO É DIGNO DE NOSSA VOCAÇÃO EM NOSSAS FAMÍLIAS - Capítulo 5:22-6:9
 Esposas
 Maridos
 Um resumo dos sete aspectos da grande obra de Cristo
 Filhos
 Pais
 Servos
 Senhores

A BATALHA CRISTÃ - Capítulo 6:10-20
 O poder do Senhor
 O caráter espiritual do conflito
 Toda a armadura de Deus 
 Os poderes do mal
 O dia mal
 Sete partes da armadura
 Cinturão de verdade
 Couraça da justiça
 Calçados
 O escudo de fé
 O capacete de salvação
 A espada do Espírito
 Oração
 Resumo do significado espiritual da armadura

SAUDAÇÕES DE ENCERRAMENTO - Capítulo 6:21-24