Justa ira contra o mal em
vez de indiferença a ele
Vs.
26-27 – Deveria haver uma justa ira inabalável contra o mal, em vez de
indiferença a ele. Há dois tipos de ira nestes versículos: uma é correta e
apropriada e a outra não. O versículo 26 está falando de justa ira, que não é
pecado, mas o versículo 31 está falando sobre ira carnal, a qual não é nada mais
senão pecado.
É dito no versículo 26: “irai-vos”. Isto não poderia ser algo
pecaminoso, pois Deus jamais nos diria para fazer algo mal. É dito que o
próprio Deus está irado desta maneira. O salmo 7:11 diz: “Um Deus que Se ira todos os
dias” (Veja também 1 Rs 11:9). Esse tipo de ira a que Paulo está se
referindo é, claro, a justa indignação contra o mal. Similarmente, o Salmista
disse, “Não aborreço eu, ó Senhor,
aqueles que Te aborrecem, e não me
aflijo por causa dos que se levantam
contra Ti? Aborreço-os com ódio completo” (Sl 139:21-22). O Senhor Jesus, que
é perfeito e sem pecado, ficou irado quando Ele viu bênção sendo impedida ao
povo necessitado (Mc 3:5, 10:14). Paulo acrescenta, “não pequeis”, porque precisamos estar atentos para que o que
começa como uma justa ira não termine em furor carnal.
Alguns, ao lerem: “Não se ponha o Sol sobre a vossa ira”
pensam que Paulo estaria dizendo que não devêssemos ir para a cama irados, mas resolver
as coisas em nossa alma, diante do Senhor, pelo julgamento próprio, no mesmo
dia que elas acontecem. Contudo, aqui não está falando do Sol se pôr
literalmente; é linguagem figurativa que fala de manter a justa ira viva. Não podemos
permitir que nossa justa ira contra o pecado diminua, senão nos tornaremos
indiferentes ao mal. A figura é tomada de Js 10:12-14, quando ele clamou a Deus
para manter o Sol brilhando até que os exércitos de Israel tivessem executado o
juízo em seus inimigos. O ponto da exortação é que nunca devemos nos tornar
complacentes com o mal. Devemos ter sempre uma ira saudável, eterna e justa
contra o mal. De novo, o Senhor Jesus é um exemplo disso. Ele mostrou justa ira
no templo em relação aos comerciantes. Duas vezes Ele expulsou os comerciantes:
uma vez no começo do Seu ministério (Jo 2:14-17) e outra vez no final da Sua
vida (Mt 21:12-13). Sua atitude em relação a esse pecado não havia diminuído.
No versículo 27, Paulo acrescenta
que precisamos ser cuidadosos de não dar “lugar
ao diabo”. Isto acontece quando deixamos nossa ira contra o pecado
diminuir. Indiferença pelo mal de qualquer tipo abre a porta para o diabo
trabalhar em nossas vidas.
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