domingo, 5 de agosto de 2018

Oração de Paulo para que os Santos Possam conhecer o Coração do Abençoador e serem Confirmados Com a Plenitude de Deus


Oração de Paulo para que os Santos Possam conhecer o Coração do Abençoador e serem Confirmados Com a Plenitude de Deus


Cap. 3:14-21 – É a intenção de Deus que a verdade do Mistério produzisse um comportamento prático em nossas vidas, como visto nas exortações nos capítulos 4-6. Porém, antes de sermos exortados a andar como é digno dessa elevada vocação (cap. 4:1), o apóstolo ora pela Igreja uma segunda vez. Ele sabia que haveria grande oposição à prática dessa grande verdade (Cl 1:27-29) e nos lembra de que agir à luz da verdade do Mistério trará reprovação e sofrimentos (v. 13). Assim ele deseja que os santos não fossem desencorajados pelas “tribulações” que ele sofria em conexão com a verdade. O Senhor também orou nesse sentido quando Ele foi rejeitado (Sl 69:6). Por essa causa Paulo se põe de “joelhos” em oração ao “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” para que a glória e o amor de Cristo, e a plenitude de Deus fossem achadas nos santos as quais os preparariam para esse desafio. O objetivo aqui é que este vaso fosse competente para demonstrar a glória de Cristo, não somente no mundo vindouro, mas também agora neste mundo.
                   Ao acrescentar, “do qual toda a família nos céus e na Terra toma o nome”, Paulo usou a mais ampla expressão possível, que abrange todas as criaturas abençoadas de Deus. Isso inclui os santos do Velho Testamento, Cristãos, os santos do Milênio (judeus e gentios), crianças que não haviam alcançado a idade do entendimento, anjos eleitos, etc. É significativo que, entre todas essas criaturas abençoadas, Paulo ora especificamente por aqueles (a Igreja) que têm sido abençoados de uma forma especial, a qual o Mistério revela.
                   A diferença característica entre as duas orações nesta epístola é que na primeira ele ora para que conheçamos o grande PLANO de Deus para glorificar Seu Filho; na segunda ele ora para que possamos conhecer o coração do PLANEJADOR e sermos cheios da plenitude de Deus.
                   A primeira oração tem a ver com os santos conhecendo quão ricamente eles têm sido abençoados, mas a segunda é que eles conhecessem o próprio Abençoador. Assim, esta segunda oração é sobre Deus estar formando uma capacidade nos santos, de forma que seriam cheios da plenitude de Deus – e que isso resultaria em louvor e ações de graças e dariam coragem moral para agir sobre o que a fé deles apreendeu, como apresentado no capítulo 4.
                   quatro partes no pedido do apóstolo nesta segunda oração, baseada nas palavras “para que”. Como em uma corrente, cada uma dessas coisas reforça a anterior.

1) “Para que, segundo as riquezas da Sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior” (v. 16). Se os santos devem colocar em prática a verdade do Mistério, à qual são exortados a fazer no capítulo 4, eles precisam ser fortalecidos espiritualmente. Paulo não ora por um fortalecimento exterior na carne, mas no “no homem interior” (na alma).

2) “Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações” (v. 17a). Isto mostra que o grande alvo de ser espiritualmente fortalecido dessa forma é que Cristo teria Seu próprio lugar nas nossas afeições. A oração do capítulo 1 tinha a ver conosco apreendendo nosso lugar em Cristo, e as bênçãos associadas a esse lugar, enquanto que esta segunda oração tem a ver com sermos capacitados para ter Cristo habitando em nós de uma maneira profunda. O Único que é o centro do conselho e propósito de Deus deveria ser o centro de todos os nossos pensamentos e afeições. Se Cristo habita em nós dessa maneira, Ele controlará todas as nossas fontes internas – os pensamentos e desejos dos nossos corações. Isso nos levará a uma profunda convicção da verdade do Mistério.

3) “Para que, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender [apreender], com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade; e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento” (vs. 17-19). Cristo, tendo Seu próprio lugar em nossas afeições, nos conduz a que estejamos arraigados e fundados em Seu amor, e isto permite a ampliação de nossa capacidade para as coisas divinas. Isto é porque apreendemos por meio de nossas afeições. A medida em que gozamos de Seu amor, nossa capacidade pelas coisas divinas aumenta. A palavra “compreender” não é a melhor tradução. Em Latim comp” significa agarrar algo o envolvendo. Dificilmente podemos fazer isso com respeito às coisas de Deus, uma vez que nós somente “conhecemos em parte” agora (1 Co 13:9). Devia se ler, “apreender”, que é ter um apanhado da coisa sem necessariamente agarrá-la por inteiro.
                   A “largura e comprimento”, etc., a que Paulo se refere aqui não são do amor de Cristo (como muitos escritores de hinos afirmam), porque o amor de Cristo não tem comprimento nem largura. É imensurável. Ele está falando da largura e comprimento da vasta extensão da glória de Deus que está centralizada em Cristo. Depois de nos lançar na infinitude da glória de Deus, ele nos traz de volta para um centro conhecido – “o amor de Cristo”. Embora seja algo que já conhecemos, não podemos apreender sua magnitude – que “excede todo o entendimento”.
                   Note que “amor” supera “entendimento”. A vontade de Deus a respeito de Cristo e a Igreja, revelada no Mistério é entendimento, mas há algo que excede esse maravilhoso entendimento – o amor que o planejou!
4) “Para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (v. 19). O grande resultado de tudo isso é que nós seremos cheios da plenitude de Deus. Isto não é a plenitude da deidade; seria blasfêmia pensar que nós poderíamos ser cheios de deidade. Deidade é a essência de Deus o Qual está além do entendimento da criatura e subsiste em luz inacessível. O assunto aqui é o que Deus deseja formar na Igreja, com o propósito de manifestação. É tudo o que Deus é em caráter. Em Colossenses é dito que a plenitude de Deus habita em Cristo corporalmente (Cl 1:19, 2:9), mas aqui o apóstolo deseja que a plenitude de Deus nos encha! Somente de Cristo é dito que toda a plenitude de Deus habita, mas é possível para nós pelo menos ser “cheios de toda a plenitude de Deus”. A Diferença é que uma criança pode levar seu balde à praia e enchê-lo d’água. Ela poderia dizer que tem seu balde cheio de oceano, mas ela não poderia dizer que tinha o oceano dentro do seu balde. É a mesma coisa conosco quando se trata da plenitude de Deus.
                   Vs. 20-21 – Assim, o fortalecimento do homem interior, a habitação de Cristo em nossos corações, e apreensão da glória que O envolve são todos em vista de nós estarmos cheios da plenitude de Deus para que pudéssemos andar de acordo com a atual administração, e assim colocar em prática a verdade do um só corpo de Cristo. Estando cheios com a plenitude de Deus nos leva a adorar e nos prepara para atuar nas exortações nos capítulos seguintes.
                   Assim, chegamos ao ponto mais alto na epístola; o Espírito não nos pode levar mais alto. Paulo apropriadamente prorrompe aqui em uma doxologia de louvor. Como Davi quando bendisse Deus, dizendo: “do que é Teu To damos” (1 Cr 29:14), Paulo entendeu que todas estas coisas tiveram sua fonte no coração de Deus, e é apropriado que retornem para Ele em forma de glória e louvor.
                   Ele fala de Deus “ser capaz de fazer” tudo o que poderíamos    “pedir ou pensar” ao realizar Seu plano todo-sábio de glorificar publicamente Seu Filho por meio da Igreja. Alguns por engano pensam que isso está se referindo a Deus respondendo nossos pedidos de oração. É com certeza verdade que Deus pode e responde nossas orações numa maneira melhor do que temos pedido, mas isso não é o que o apóstolo está falando aqui. Ele está falando que se Deus tivesse pedido para escolhermos a melhor coisa que poderia acontecer conosco, não iria nunca entrar em nossas mentes o pedir ou pensar em algo tão abençoado como esse Seu plano. Então Deus tomou a iniciativa e planejou tudo antes do mundo começar. E Ele fez tudo para Seu próprio bom prazer e nossa grande bênção.

Em, eterno conselho, profundo,
Antes de ser feito o mundo,
Antes das fundações tão profundas,
No nada serem oriundas,
Por bênção, nos propôs, DEUS
E em Seu FILHO, nos escolheu,
Para ser a Ele conformado,
Quando for, nosso percurso, finalizado.

                   Tudo que Deus tem proposto acontecerá “segundo o poder que em nós opera”. Na primeira oração o apóstolo falou do poder de Deus trabalhando para nós (cap. 1:19), mas nesta segunda oração Ele fala do Seu poder trabalhando em nós (cap. 3:20). Isto é porque a ênfase aqui está na obra de Deus, capacitando aqueles que iriam compor esse especial vaso de testemunho.
                   Portanto, vemos neste capítulo o ministério do apóstolo envolvido em pregar, ensinar e orar pelos santos. Semelhantemente, nossa pregação e ensinamento deveriam ser acompanhados de oração para que as coisas que temos apresentado façam bem aos corações do povo de Deus.

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