A VIVIFICAÇÃO, SELO E O PENHOR DO ESPÍRITO SANTO
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O apóstolo então se regozija na obra do Espírito Santo que tem nos
possibilitado conhecer e gozar estas coisas antes que o grande plano de Deus, de
publicamente glorificar Seu Filho, se cumpra. (vs. 13-14).
V. 13 – O Homem exaltado à destra
de Deus não somente trará o universo à conformidade com Deus no dia vindouro, como
também Ele está trazendo agora crentes à conformidade com a Divindade, por meio
das operações do Espírito Santo. Paulo diz, “Depois que ouvistes
a Palavra da verdade”. O “ouvir” aqui se refere ao começo da obra de Deus
no homem. A Palavra de Deus penetra na alma e lhe concede vida e assim cria uma
capacidade espiritual na pessoa pelo poder vivificador do Espírito. Ele agora
está sintonizado com a voz do Filho de Deus e tendo a capacidade de receber
comunicações divinas. (Jo 5:25, 8:47; Pv 20:12; Rm 10:17). Paulo continua
dizendo, “Tendo n’Ele também crido”. Além de ouvir, há a necessidade, por parte do
indivíduo, de crer na mensagem do “evangelho da vossa salvação”. Isto se
refere à pessoa entendendo e descansando em fé na obra consumada de Cristo, sobre
a qual ele é selado “com o Espírito
Santo da promessa”. Isso se refere ao Espírito Santo vindo para habitar no
crente (Jo 14:17; 1 Ts 4:8; Tg 4:5; 1 Jo 3:24, 4:13). O selo do Espírito dá ao
crente a certeza em sua alma que ele é verdadeiramente salvo. Note que a pessoa é habitada com o
Espírito, não como resultado de ser vivificada, mas como resultado de ter crido
no evangelho da sua salvação. Vivificar é
o começo da obra de Deus numa alma; selar
é a finalização daquela obra, por meio do qual a pessoa é colocada na posição
Cristã completa perante Deus (Rm 8:9). Como J. N. Darby e outros apontaram, há
um intervalo de tempo entre esses dois eventos nos crentes, variando de
segundos a anos, dependendo das circunstâncias da sua história pessoal.
V. 14 – Uma perspectiva
maravilhosa está perante nós no dia vindouro de manifestação (o Milênio). Mas
Deus não nos faria esperar até lá para nos dar a conhecer e gozar dessas
coisas. Logo, o Espírito Santo, que veio habitar em nós, trabalha com esse
propósito como o “penhor da nossa
herança”. Esse é um aspecto ligeiramente diferente do trabalho do Espírito no
crente. A selagem do Espírito nos faz saber que pertencemos a Ele; o penhor do
Espírito nos faz saber que temos coisas que pertencem a nós mesmos. O selo é
para a certeza de nossa salvação; o penhor
é para o gozo da nossa porção em
Cristo, antes mesmo de estarmos com Ele no estado glorificado.
Paulo indica aqui que a
herança (a criação material) foi “comprada”
na cruz (Hb 2:9 – “provasse a morte por cada
coisa” – JND), mas ela está atualmente aguardando “redenção”. Isso mostra que a compra e redenção não são a mesma
coisa. Redenção inclui, mas vai além de comprar, para também “libertar”. A herança está atualmente
sob a escravidão da corrupção (Rm 8:20-23) e está nas mãos de Satanás e homens
maus (1 Jo 5:19). Quando o Senhor vier para resgatar a criação que está gemendo,
na Sua Aparição, subjulgará cada poder adversário e a libertará para o
propósito para o qual foi planejada (Ap 11:15). Isso também é “para o louvor da Sua glória”.
Mas note que a frase “da Sua graça” (v. 6) não é encontrada
aqui porque o assunto é a libertação da criação que agora geme. Esta não pecou
como nós e, portanto, não necessita de Sua graça agindo em seu favor, do modo
como humanos necessitam. A criação, que agora geme, precisa de Seu poder em
redenção, não de Sua graça em redenção.
Portanto, nesses versículos temos
três grandes coisas no Espírito e
pelo Espírito Santo: Ele nos vivificou
(“ouvistes”), Ele nos selou (“fostes selados”) (v. 13), e Ele é o “penhor” de nossa herança. (v. 14)
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Ao revisar estas coisas,
aprendemos que aqueles que compõem este novo vaso da feitura de Deus (a Igreja)
têm:
- O lugar de filhos perante “o Pai”, que os santos do Velho Testamento e do Milênio não têm (vs. 4-7).
- União no corpo de “Cristo” e a perspectiva de reinar com Ele sobre a herança, que aqueles de outras épocas não têm (vs. 8-12).
- A habitação do “Espírito Santo”, a qual todos os outros santos não têm (vs. 13-14).